(post demasiado longo…)
É com esta música que termina um dos espectáculos do grupo de patuá “Doci papiaçam” e é esta a expressão que me ocorre, agora que acabaram as férias de Natal na Malásia.
Foram uns dias bem passados sem preocupações de maior, só o que íamos comer nesse dia e em qual das piscinas íamos passar o dia ou se havíamos de fazer um passeio pelas redondezas.
O tempo em que estamos mais felizes é aquele que mais rapidamente nos foge enquanto que quando estamos tristes o tempo parece arrastar-se.
Saí de Macau mentalizada que a Malásia não é a Tailândia, pelo que as minhas expectativas eram baixas. Já estive na Malásia há muitos anos, nem me lembro quantos, antes de ter filhos, por isso há mais de 7 e não voltei porque não gostei muito.
Na altura fui a Kuala Lumpur e gostei de passear por lá e ver um país maioritariamente muçulmano, diferente daquilo que conhecia. Talvez gostar não seja a expressão mais adequada porque o facto de as mulheres terem tantas regras e limitações faz-me uma certa confusão.
Recordo-me de ir visitar a mesquita de Kuala Lumpur e ter de vestir uma bata até aos pés (não sei o nome oficial daquele tipo de roupa) e colocar um lenço na cabeça.
Fui também a Malaca, que já foi português e onde ainda há algumas pessoas que falam um português crioulo que se consegue perceber e que ficam felizes quando por lá aparecem portugueses. Uma cidade bonita e bem recuperada!
Ainda nessa primeira visita fui à ilha de Langkawi, para ir para a praia.
Recordo-me que não gostei nem da ilha nem da praia, cuja areia era grossa e não havia quase ninguém na praia.
A comida foi também na altura uma grande dor de cabeça e continuou a ser nesta viagem.
O destino escolhido desta vez foi Kota Kinabalu, Sabah não por ser Malásia, mas por ter voos directos de Macau. São cerca 3 horas de voo e estamos em Kota Kinabalu.
A escolha do hotel – Magellan Sutera – também teve a ver com a localização, relativamente perto da cidade e não muito longe do aeroporto. Sobre o hotel farei outro post para me lembrar de mais pormenores.
E, como infelizmente, não há férias em que não nos aconteça alguma coisa, desta vez não foi diferente.
Mas vamos ao resumo das férias:
Dia 19: Voo Macau – Kota Kinabalu, via Air Ásia que atrasou cerca de uma hora (atrasa sempre, o horário atrasado deveria ser o “normal”). Confirmado que o hotel fica a 5 minutos do aeroporto. O quarto desiludiu pois mais de metade era casa de banho e uma pequena varanda, colada à varanda do vizinho. As camas também não eram muito grandes e se quisesse colocar uma cama extra ficávamos sem espaço para andar.
Dia 20: Passámos o dia na piscina da Marina & Country Club Golf, que tinha uns escorregas que os miúdos adoraram e onde o boneco cortou o dedo grande do pé esquerdo.
Ao final do dia o treinador do boneco, também de férias em Kota Kinabalu mas noutro hotel (Shangri La Tanjung Aru) foi ter connosco para ele e a esposa ficarem a conhecer o nosso hotel. Levei-os a uma visita pelas várias piscinas do hotel, aliás o hotel Magellan tem uma piscina (1 para adultos com 1.40 m e uma para crianças 0.60 m), o Marina e country Club tem uma piscina olímpica (1.20 m a 1.80 m) e uma piscina (a dos escorregas) para crianças (0.90m) e o Pacific Sutera, outro hotel dentro do complexo Sutera Harbour, tem uma piscina só dividida em 3 partes: uma para crianças com 0.60 m, outra com 1.20 m e outra com 1.50 m.
Há ainda um parque infantil com um escorrega e baloiço (no Magellan) e há kids club (vi no Magellan e na Marina e Country Club) e é grátis se ficar lá com os miúdos. Se deixar os miúdos para eles tomarem conta tem de se pagar.
Depois fomos jantar à Waterfront, a um restaurante indiano muito bom e como o nosso grupo estava divertido com a amorinha a brincar com a mulher do treinador do boneco e minha amiga, D. e a fazer imenso barulho, apareceu um português a perguntar se éramos portugueses e se morávamos na Malásia. Conversa puxa conversa e descobrimos que ele é de Famalicão, mora no Brunei, tem duas meninas pequeninas de mistura (a mulher é chinesa) muito giras e andavam a dar a volta de carro a Sabah. O mundo é pequeno! Os portugueses estão em todo o lado!!!
Dia 21: Com o boneco “lesionado” e proibido pela farmacêutica de ir à piscina fomos passear para a Cidade: Centrepoint e Warisson Square (2 pequenos centros comerciais). Depois descobrimos onde havia um autocarro grátis para um centro comercial fora da cidade – 1Borneo e fomos esperar o autocarro. Esperámos quase uma hora devido ao engarrafamento infernal que estava. Ah, eu queria ir ao tal centro comercial porque dizia que tinha um aquário. Chegámos lá, perguntámos nas informações e fomos informados que ainda está em construção… Demos uma volta pelo centro, os bonecos brincaram num centro de diversões, visitámos uma imitação da “rainflorest” com cobras verdadeiras, incluindo algumas cobra piton bastante grandes, iguanas, esquilos e sapos.
Regressámos ao Waterfront para jantar, desta vez num restaurante italiano, Tuscanis que era uma porcaria e a comida era intragável!
Dia 22: Passámos o dia na piscina do Pacific Sutera e fomos jantar novamente ao indiano
Dia 23: Marcámos um tour através do Concierge do Magellan para o Kinabalu Park (adultos 190RM, crianças 150 RM, a amorinha não pagou), que começou logo às 7h da manhã.
Partimos em direcção às montanhas, numa viagem de cerca de 1h30m até um pequeno mercado onde se conseguia ver o Monte Kinabalu à distância. Dali continuámos para o Jardim Botânico, mais uns 30 minutos de autocarro, onde vimos a orquídea mais pequena do mundo, umas plantas que comem bichos e mais algumas orquídeas. O boneco andava sempre perto da guia para não perder pitada das explicações. Dali continuámos mais 1 h de autocarro até ao Kinabalu Park. Almoçámos num pequeno restaurante perto das “hot spring”, onde a comida era intragável.
Depois comprámos uns ponchos (mais pareciam uns sacos de plásticos) para a chuva que caía e pagámos 30 RM por adulto e 10 PM por criança (80 RM para os 4, cerca de MOP190.00, à volta de 2 euros) para ir ver a maior flor do mundo, a Raflésia, que tem 75 cm de diâmetro. Devido à chuva era um caminho enlameado horroroso, e quando cheguei perto da flor já nem tinha vontade de olhar para ela.
De seguida passámos pelas “hot springs” demasiado cheias de gente, quase sem espaço livre, apesar da chuva contínua, afinal estávamos na “rainflorest”.
Seguia-se uma subida montanha acima para atravessar uma ponte suspensa (“Canopy walk”). O papá ainda começou a subir com a amorinha ao colo, mas depressa desistiu e eu voltei com ela para a zona das “hot springs” para lavar os pés enlameados e as sandálias. Andámos a tirar umas fotos pois entretanto tinha parado de chover e pouco depois encontrámos o papá e o mano que estavam de regresso.
O papá com cara de preocupado disse-me que o filho tinha sido mordido por uma lagartixa no olho. Não percebi e ele mostrou-me o olho do boneco, ainda a sangrar embora menos que antes e o bicho que tinha embrulhado num papel, uma sanguessuga. Fique também preocupada, mas o boneco disse sempre que não lhe doía nem fazia impressão ou sentia nada de diferente. Perguntei também se via bem e ele disse que sim. O papá disse que a guia já tinha contactado com o médico que iria ao hotel ou podíamos nós ir à clínica, mas esperava-nos 3 horas de autocarro no regresso…
Achei que este passeio não valeu muito a pena, mas o boneco, mesmo com o que lhe aconteceu, adorou!
3 horas depois…
Chegámos ao hotel e fomos para o quarto esperar o médico que demorou cerca de 30 minutos a chegar. Era uma médica novinha e uma enfermeira que não pareceram muito preocupadas com o sucedido. A médica observou o olho e fez as mesmas perguntas que eu tinha feito e perguntou quanto tempo tinha estado a sangrar do olho, o que o papá informou que foram cerca de 30 minutos. Receitou Aumengtin (5 ml duas vezes por dia, antes do pequeno almoço e do jantar) e Paracetamol se tivesse febre (não teve). A nosso pedido receitou umas gotas para o olho. Ah, e cobrou 500 RM (cerca de MOP$1,200.00 equivalente a cerca de 120 euros).
Como o boneco esteve sempre bem disposto fomos jantar no restaurante italiano do nosso hotel, Al Fresco, onde comemos muito bem!!!
Dia 24: De manhã apanhámos o autocarro grátis do hotel para a cidade e estivemos no Centrepoint e no Warisson Square às compras para evitar que o boneco fosse à piscina.
À tarde fomos a um tour do “Wetland” (185 RM para adulto e 145RM para o boneco). Mais uma viagem de 2h30m, desta vez na direcção contrária para ir fazer um passeio de barco num pequeno rio para ver os macacos, 3 espécies, dizia o panfleto, mas eu só me lembro do nome do “Proboscis monkey”, que foi também aqueles que mais vimos. A amorinha adorou o passeio de barco e o boneco não perdia pitada da explicação da guia e já refilou como pai que não filmou as explicações até ao fim…
O passeio no rio é ao fim do dia, quando o sol se começa a pôr que é a hora a que os macacos sobem às árvores para se alimentarem (os “proboscis monkeys” só comem folhas, não podem comer açúcar, nem o das frutas por isso estes macacos não comem bananas). No regresso vimos os pirilampos que enfeitavam algumas árvores. Uma delas tinha bastantes e fazia lembrar uma árvore de Natal com as luzes a piscar. Este passeio tinha jantar incluído e estava à espera de ser intragável como o outro mas até era bastante comestível.
Achámos este passeio mais interessante que o do Parque Kinabalu (e não foi por causa da comida!).
Dia 25: Passámos o dia na Piscina do Pacific e fomos à cidade jantar, também num restaurante italiano, Fratini que fica no Warrison Square e onde a comida era comestível, embora nada de especial.
Dia 26: Mais um dia, ou devo dizer meio-dia passado na piscina do Pacific, era a piscina preferida dos bonecos (e minha também), mas por volta das duas da tarde começou a chover torrencialmente e não deu para ficar mais na piscina.
Fomos mais uma vez no autocarro do hotel até à cidade passear e fazer umas compras de comidas típicas para trazer para o pessoal do trabalho, no Warrison square e a amorinha comprou um vestido (que até é da Indonésia –Bali e não da Malásia) e o boneco umas T-shirts do Chelsea e do Arsenal, no Centrepoint.
Decidimos regressar ao hotel, ao Pacific (de táxi são 5 minutos e 10 RM) e jantar no Café Boleh. A comida era um buffet internacional. Devo dizer que a parte “internacional” consistia em rosbife, peito de pato e esparguete com mexilhão… Havia umas saladas de alcachofra, de queijo feta e de chocos, mas tudo o restante era comida local. A comida local não é proprioamente a nossa favorita pois é picante que eu não posso comer e os miúdos não comem e quase toda tem um molho espesso e meio viscoso que me faz alguma impressão. Não comem porco porque é sujo nem bife (o rosbife era uma rara excepção neste buffet) por causa da religião. Ah, o buffet custa 10 RM para adultos e as crianças não pagaram, embora lá informasse que pagavam metade do preço a partir dos 5 anos (acho).
Dia 27: Fim de férias, mas ainda deu para estar um bocadinho na piscina do Magellan e na piscina da Marina e Country Club. Depois foi tomar um duche e ir para o aeroporto. O avião atrasou cerca de meia hora e encontrámos algumas pessoas de Macau que ficaram instaladas no Nexus resort que tem praia mas é a cerca de 45 m do aeroporto e a uns 30 m da cidade.
Foram umas férias bem passadas num local perto de Macau e onde me parece que sou capaz de regressar.
NATAL: 19~27/12/2009
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7 years ago