Friday, September 29, 2006

FERIADO

O castigo correu bem
Hoje há jardim
Não é da adaptação à escola
Já antes era assim
Quanto à escola
Ele adora
Até acorda mais cedo
Para poder ficar lá a brincar
E só depois entrar
A professora diz
Que ele é muito bom
Ele fica feliz
E a mamã, bom
(Trazem galochas?)
Adora este petiz

Eu ando de rastos
A amorinha está a acordar
Sempre às 6 da matina
E depois do leitinho lhe dar
Já o mano me está a chamar
Acabou-se o dormir
E só às 8:00 são horas de sair
E da empregada chegar
Para com a amorinha ficar!
Amorinha que entretanto dormiu
E mais ninguém a ouviu

Hoje é sexta-feira!
Há feriado segunda-feira
(e no domingo também)
E a implantação da RPC
(o dia seguinte à implementação!)
Vamos celebrar
Mas nada de invejar
Que o vosso feriado
A vossa celebração
Também vai chegar
E eu estarei a trabalhar!

Mas como esse dia
Não é só de alegria
Há quem precise trabalhar
Há quem precise estudar
O boneco vai à escola
A amorinha vai ao infantário
A mamã vai andar tola
Para cumprir o novo horário
E na barriga, um friozinho
Um nervoso miudinho
Que isto de ser mamã
Quer seja de primeira ou segunda viagem
É exactamente igual
Apenas dá mais “rodagem”
Continuamos a sofrer do mesmo mal
Afinal é o nosso bebé
Que vamos entregar
E serão outras mãos
Que o vão cuidar
O medo e ansiedade
Estão sempre presentes
Não interessa qual é a idade
Nem se são independentes
A mamã nunca deixará de ser
A pessoa que mais a quer proteger
Mas às vezes para crescer
É preciso avançar
Mesmo com passos indecisos
E com medo de falhar
Acredito que se vai adaptar
E que em breve serão só risos
Espero que no primeiro dia
Não vá chorar
Não pense que a abandonei
E que seja com alegria
Que me receba ao chegar
Para a ir buscar
Serão apenas umas horas
Que me custarão a passar
Ainda bem que é feriado
E a posso ir buscar!

PS: A quem está a "reclamar" que há muito tempo nãopublico fotografias quero lembrar que NÃO tenho computador em casa, avariou e ainda estão a recuperar as fotos que desde Agosto não tinham backup.

Thursday, September 28, 2006

CASTIGO

Todos os dias
Depois da escola chegar
O meu boneco e a mana
Vão ao jardim brincar
É a empregada que os leva
Pois estou a trabalhar
Com pena minha
Que gostava de com eles passear
É o ponto alto do dia
Recheado de muita alegria
Muita brincadeira
E também alguma asneira

O meu boneco
É um menino crescido
Há muito que não usa fralda
E nada tem acontecido
Há algum tempo
Que começou a acontecer
Pequenos descuidos
Porque não quer ir fazer
É muito preguiçoso
E não quer interromper
O que estiver a fazer
Prefere brincar
Até não aguentar
E se descuidar

E todos os dias é assim
Vai para o jardim
E vai brincando
Até que não aguentando
É preciso correr
Para chegar a casa
Sem nada acontecer
Mas sai um pouquinho
E mais um pouquinho
E chega a casa
Todo sujo
Com as cuecas
Todas castanhas
Já aconteceu tantas vezes
Que lhe perdi a conta
Ele diz que está no jardim
E lá não há casa de banho
E por isso fica assim
A desculpa é sempre esta
E já me começa a irritar
Ontem foi a gota
Que fez o copo transbordar
Até da escola telefonaram
A dizer que ele tinha tido
Um “pequeno acidente”
E eu sem saber
O que tinha acontecido
Estava já a imaginar
Como ele estaria
E o que teria sido
O coração a bater
As mãos a tremer
A respiração parou
Afinal, apenas se descuidou
E que envergonhado ficou
Mas não serviu de emenda
Nem mesmo a reprimenda
Que levou
Pois o descuido continuou
Já o ameacei
De voltar a usar fraldas
Já o obriguei
A “lavar” as cuecas
Nada resultou
Por isso hoje
Não há jardim
Depois da escola
Dói-lhe a ele, dói-me a mim
Mas é melhor assim
Há limites a estabelecer
Tem de os aprender
Está de castigo
Já chorou
Já refilou
Não adianta nada
Eu estou determinada
Vai ficar em casa
Hoje, amanhã,...
Para aprender
Para crescer!...
Está de castigo!
Grounded!

Wednesday, September 27, 2006

ELE. ELA. ELES

ELE

Menino crescido
Do alto dos seus 4 anos
Menino independente
Quer fazer tudo sozinho
Cada vez mais
Mas o leitinho
Continua a gostar de o beber
Pelo biberão
Aquele cuja tetina
Tem um buraco onde ele enfia o dedo
(Estão a ver o tamanho?!)
Menino que fala pouco
Quando está junto de estranhos
Mas que em casa
Ninguém cala
E fala pelos cotovelos
Quase tudo muito correcto
Menino que constrói frases
Que me vão deixando impressionada
Menino bem comportado
Quase sempre o mais sossegado na escola
Menino que sofre em silêncio
Menino sensível
Que chora de frustração
Porque não consegue fazer
Não consegue ser
Ou não consegue ter
Tudo como os outros meninos
Menino que quer
Que a mamã tenha muito dinheiro
Para não precisar de trabalhar
E à escola o ir buscar
Menino doce
Que me dá beijinhos
Que me diz que me ama
E me dá miminhos
Menino que faz birras
Como todos os meninos
Menino que é meu
Menino da mamã
Menino que é do mundo
Menino que se veste sozinho
Se assim o desejar
Menino que eu vou
Ajudando a crescer
E que me vai ensinado a amar!

ELA

Ela é o meu bebé
Mas cada vez menos bebé
Cada vez mais menina
Cada vez mais crescida
Menina traquina
Menina reguila
Menina determinada
Menina de personalidade forte
Menina “trepadora”
Que tudo sobe!
Menina dançarina
Que adora música e dançar
Que qualquer som
Tem o dom de te encantar
Menina que sorri
Que me desafia com ar matreiro
Menina que ri à gargalhada
Que se esconde atrás da cortina
Que salta no sofá
Que trepa as minha pernas
Menina que grita
Menina que faz birras
Muitas e se atira no chão
Menina que finge chorar
E franze o sobrolho
E faz cara de má
Menina que espreita
Para ver se (a birra) está a resultar
Menina da mamã
Menina que recusa o “titinho” (leitinho)
E que pede “menino” (maminha)
E bate palminhas quando a obtém
Menina que diz “um há” (não há)
Com as plaminhas da mão voltadas para cima
Quando na mama já nada há
Menina que adora o “Nôoddi”
E que para o ver nos deixa fazer tudo
Até cortar as unhas
E a fita que era antes
Que nem a dormir funcionava
Menina doce
Menina feliz
Menina que me fazia falta
Menina que me deixa feliz
Todos os dias
E que tal como o mano
Eu vou ajudando a crescer
E me vai ensinando a amar!


ELES

Eles adoram-se
Ela chama “menú” (mano)
Ao acordar
Ele fala nela
Ao sair de casa
Que ela vai chamar
“Menú” ao acordar
E ele não vai estar lá
Estará na escolinha
Que quando a escola acabar
Ao sair do autocarro
Ela estará no rés do chão
À espera dele chegar
Brincam muito
Os dois juntos
Ele sozinho, ela a meter-se
Ela sozinha, ele a meter-se
É só brincadeira
Ela sempre matreira
Sempre pronta a fazer asneira
Gosta de o provocar
De o irritar
Ao brincar
Com os seus brinquedos preferidos
Depois passa-lhe
E dá-lhe tudo o que ela quer
E insiste para ela brincar
Ela adora puxar-lhe os cabelos
E ele não costuma reclamar
Embora por vezes
Diga da mana não gostar
Mas quando lhe pergunto se gosta dela
Diz que a adora
Mas que ela é marota
E faz coisas mal
Que ele não gosta
E eu explico que ela é bebé
Que não sabe
Que ele também era assim
E ele gosta de saber
O bebé que foi
E é importante para mim
Que eles sejam amigos
Ele planeia o futuro dela
Onde irá brincar com ela
Qual será a escola dela
O que vão fazer juntos
As brincadeiras
Os passeios
As viagens
Quando falamos em viajar
Pergunta sempre se ela também vai
E explica-lhe em pormenor
Como é antes de partir
E vejo o amor
Que sei por ela sentir
Ele adora dar-lhe beijinhos
E ela adora refilar destes miminhos
Ela dá beijinhos ao mano
Se o desejar
Mas nunca se esquece dele
Antes de ir deitar
Ela é muito alegre
Muito feliz
Muito “faladora”
Ele agora fala mais
Ele é mais feliz com ela
Ela não é feliz sem ele
Adora-a, adora-o
São felizes.

Adenda: Queria agradecer à Laura do soleflor.blogspot.com pela visita que não consigo retribuir ;)

Tuesday, September 26, 2006

UM DIA…

Ontem
De manhã tinha sono
Não queria levantar
“Não gosto de ir para a escola”
“Está bem, então ficas em casa com a empregada”
“A mamã vai trabalhar”
“NÃO”, já a levantar-se
Senta-se na cama a esfregar os olhos
Começo a despir o pijama
Reclama que não quer o uniforme da ginástica
Que outros meninos não levam
Concordo, vou buscar o outro uniforme
Aviso que depois tem de ficar na sala
E não pode ir fazer ginástica.
Não quer
Não quer ser diferente
E veste o uniforme da ginástica sem refilar
Casa de banho
Que os xixis na cama
Há muito que acabaram
Cara lavada
Penteado
Vai beber o leitinho
Não quer a caneca
Quer o biberão
Nem respondo
Vou à cozinha e despejo o leite
Biberão!
A tetina tem um furo onde ele enfia o dedo!
Leite bebido
Dentes escovados
Saimos de casa
Tem de ser ele a chamar o elevador
Tem de ser ele a marcar rés-do-chão
Tem de entrar no carro do lado da mana
Saltar por cima da cadeira dela
Para chegar à dele
Na escola lembro-me
Que não tem repelente de mosquitos
Primeiro dia
A deixá-los no recreio
Há vigilantes da escola por todo o lado
Fazer fila para entrar na sala
Mas o menino à frente dele
Sacode as mãos dele
Não quer que ponha as mão s nos ombros dele
E chora
Porque não quer ser diferente
Porque hoje a maneira de entrar na escola é diferente
E vai a chorar para dentro
Eu e o papá
Temos de nos registar na entrada
Precisamos de um cartão de visitante
Quando entramos
Vem a ajudante procurar-nos
Que ele está a chorar
Que tem saudades nossas
Explico que o outro não o deixou por as mãos
Penso que não percebe
Não responde
Entro na sala
Vejo-o a chorar
Ao colo da professora
Que lhe tenta ler um livro
Distraí-lo
Enquanto ele soluça
Atira-se para o meu colo
A chorar
Que queria ler um livro
Comigo
Explico só poder ficar um pouco
Que a mamã precisa trabalhar
Aceita
Vai buscar o livro
Sobre a vida dos animais
Já sabe o que lá está
Leio a história
Versão curta
Ele sabe que é assim
Quando a mamã não tem tempo
Acabo rápido
Despedimo-nos
O papá engana-se
Diz-lhe “Até amanhã”
Ele ri
Aproveito para brincar
E saímos
Ele fica a rir.

Monday, September 25, 2006

COMPUTADOR

Ou a falta dele
O tal CPU queimado
Deu lugar a disco rígido avariado
E mais X, Y e Z a trabalhar mal
E resolvemos que ia haver
Mais um “eléctrodoméstico” novo
Agora tentativa de recuperação
Dos dados que lá estão
Tentativa apenas e nada garantem
Sorte
Muitas fotos digitais
Também estão em DVD
“Backup” efectuado há pouco tempo
Ausência
A minha
Forçada a continuar
Tenho lido quase tudo
Comentado quando consigo
Continuo a publicar
Todos os dias

E hoje não publico mais nada que já estou a abusar...

A CRECHE (INFANTÁRIO)

Sábado de manhã
Um dia como outro qualquer
Mamã, papá, mano e mana
Saem todos de casa
A mamã um pouco receosa
Da reacção da mana
O mano contente
Por rever a “sua creche”
Que agora “é grande”
E já anda na escola
Mas a mana é pequenina
E primeiro tem de ir para a creche
A entrevista com a directora
Simpática como sempre
A comparação inevitável
Que é muito parecida com o mano
Se também se comporta bem como o mano
Pois..., não, ela é muito mais marota
Muito mais aventureira
Muito mais refilona
E também muito meiguinha
Mas preguiçosa a comer
E não gosta de pedaços de comida
Mas sim da comida passada
Por onde irá começar
A sua “turma”, a F
Dos meninos que já andam bem
Cuja sala
Fica ao fundo do corredor
E nós só os levamos até à porta....
Fomos ver a sala
Foi brincar no recreio
Com outros meninos que lá estavam
Um pequeno jardim
No segundo andar
Do prédio onde está instalada
Ela brincou com a “bólá”
E desafiou quem lha tirava tirar
E tentou trepar ao escorrega
Pelo sítio de escorregar!
E elas viram a sua personalidade forte
Como gosto de lhe chamar
E quando a chamei
Nem me olhou e disse: ‘`táu” (Tchau)
Não queria deixar a brincadeira
Com os outros meninos
E eu senti-me bem
Senti que vai gostar
O primeiro dia “a sério”
Será na próxima semana, a 2 de Outubro
Apenas por umas horas
Ainda bem que é feriado em Macau
E posso ficar com ela mais tempo
Para se ambientar
E ficar por perto
Até à hora de a ir buscar
Que isto de ser mãe galinha
Tem muito que se lhe diga...

PIQUENIQUE

O meu boneco é curioso
Como todas as crianças
Gosta de novas experiências
Gosta de experimentar coisas novas
Não sabia o que era um piquenique
Macau não é o sítio ideal para tal
Muito calor, muita humidade
Viu pessoas no jardim a comer
A curiosidade ao observá-los
O pedido para fazer igual
E o ursinho Pooh
Também faz piqueniques
A promessa da mamã
O dia desejado chega
Tudo muito improvisado
Que a mamã é um pouco preguiçosa
E não gosta de piqueniques
Uns pacotes de sumo, outros de chá
Pão, presunto, salada de grão, salada de massa
Tudo coisas que ele gosta
Afinal era o seu primeiro piquenique
Não comeu quase nada
A brincadeira chamava
O comboio para trepar
Os escorregas, os “bichos” que balançam...
Tanta coisa para o distrair
A mana que adora estar sentada
No banco de pedra do jardim
Mas que não chega à mesa igualmente de pedra
E que devorou um sumo compal de manga
Que o “menú” (mano) queria
E que quase deu lugar a birra
Mas que acabou por aceitar
Beber outro
Para podermos lá continuar
A comer e a brincar...
Brincar...
Brincar muito

Data do piquenique: 2006/09/17
Afinal
Percebi mal
Desde que houvesse definição
Havia livro
O meu contributo lá estará
Com as novas regras
Mais pequeno
Tentei que ficasse igual
Sei que não está
Sei que o essencial
Ficou
E aqui está
O resultado final
Não é o que queria
Mas é o melhor que consegui...
Podem ver os outros
No site Que é o Amor



Sonhado, Imaginado, Desejado
Pequena semente no ventre a crescer
Sentimentos, sensações e emoções a nascer
Uma nova vida que de nós depende
E nos faz tão felizes; mais é impossível
Que ao nascer as dores faz esquecer
Vida cuja presença, faz tanta diferença

Mãe e pai choram de alegria ao receber
O AMOR MAIOR que se pode ter
Um filho: o maior amor que se sente

Um amor sempre presente, mesmo estando ausente
Uma preocupação constante a cada instante
Um sentimento de protecção presente no coração
Querer vê-lo feliz, pensar no que se diz
Não o querer ver sofrer, suas dores padecer
E nossa vida dar, para que possa viver!

Friday, September 22, 2006

Que é o amor?

Ao passear por aí sem destino, clica aqui, clica ali, fui para ao blog Postais da Novalis onde decorre até amanhã um desafio do seu autor para definirmos o que é o amor. As definições por ele escolhidas serão depois publicadas em livro.
Andei a ler algumas das definições e a maioria retrata o amor entre homem e mulher
Para mim não há amor maior que o amor de mãe e aqui está o meu pequeno contributo sem qualquer pretensão a entrar no tal livro.

Sonhado
Imaginado
Desejado
Uma pequena semente
No ventre a crescer
Tantos sentimentos
No peito a aparecer
Novas sensações
Novas emoções
Que nascem com esta nova vida
Vida que depende de nós
Que nos faz felizes
Tão felizes
Que mais
Parece ser impossível
Vida que ao nascer
Consegue fazer esquecer
As dores para o ter
Vida cuja presença
Faz tanta diferença
Faz mãe e pai
Chorarem de alegria
Ao sentir
Um amor maior
Que não sabiam existir
Um filho
É o maior amor
Que se sente
Um amor
Sempre presente
Mesmo estando ausente
Uma preocupação constante
A cada instante
Um sentimento de protecção
Presente no coração
Querer vê-lo feliz
Pensar no que se diz
Não o querer ver sofrer
E as suas dores padecer
E dar a sua vida por ele
Se assim tiver de ser
Para que ele possa viver!

ESCLARECIMENTO

Em relação ao post anterior gostaria de esclarecer um pouco
Primeiro o texto que está a preto não foi escrito por mim, tal como o referi e não fui eu que perdi uma filha (e espero nunca vir a perder pois a dor é para mim inimaginável).
Gosto muito da mamã que perdeu a filha e que era da idade da minha, com uma diferença de dias.
Não fiz a divulgação com qualquer sentido para além de ajudar uma associação que espero nunca nenhuma de nós precise dela.
Não o fiz para receber agradecimentos nem para que me considerem muito boa pessoa, muito menos para ter muitos comentários, cada um pensa o que quer.
Espero que a minha divulgação seja mais que isso, como disse a Luz de Estrelas, às vezes divulgar não chega, mas se formos passando a palavra pode ser que alguém conheça alguém que consiga ajudar.
Também enviei emails a alguns amigos que penso poderem ajudar e, apesar da distância, estou a pensar comprar algumas pinturas aqui e enviar porque, como dizem, querer é poder e muitas vezes é isso mesmo.
Além disso, também se costuma dizer que do longe se faz perto e eu já chorei e continuo a chorar tanto com esta mamã e vejo na minha filha um pouco da filha dela, vejo como a amo e adoro e penso nesta mamã com os braços vazios desse amor e não consigo nem imaginar uma gota que seja a imensidão de dor em que esta mamã está, mas que tem estado a tentar e a conseguir levantar-se e seguir em frente, embora a muito custo.
Não pensem que estou zangada com vocês, mas há certas coisas que me irritam.
Desculpem qualquer coisa e se puderem por favor ajudem.

Thursday, September 21, 2006

DIVULGAR É PRECISO! AJUDAR MAIS AINDA!

O meu blog
É meu
Nele escrevo o que quero
O que me apetece
As minhas mágoas e tristezas
Alegrias
Sobre mim
Sobre os meus amores
Sobre tudo
E sobre nada
Mas, por incrível que pareça
Há quem me leia
Quem me comente
Obrigado a todos
Muitos já fazem parte
Da minha vida
Dos meus pensamentos
Já chorei de alegria
Com a alegria
De quem nem conheço
Porque neste mundo virtual
Há muito de real
Mas também já chorei de dor
E hoje quero divulgar aqui um projecto
Um projecto para ajudar
Porque o blog também pode ser
Um espaço público
Porque ajudar
Às vezes não custa nada!
Porque é bom sonhar
Em minimizar uma dor
Que nunca quero conhecer…

O texto abaixo foi copiado deste blog : http://projectoancora.blogs.sapo.pt/

Vou falar-vos da "A nossa âncora - apoio a pais em luto":
Falaram-me nesta Associação por ocasião do falecimento da minha filha. Deparei-me com uma Associação sem recursos. Foi uma decepção constatar que em nada correspondia à tal ajuda que necessitava e necessito, nestes momentos tão difíceis. Por incrível que possa parecer, quatro meses depois da partida da Laura, foi lá que encontrei verdadeira compreensão dos sentimentos que me assolam. A Âncora é constituída por pais como eu...em luto.
Se querem saber o que faz a Âncora, visitem a página: www.anossaancora.org.
As dificuldades da Âncora são financeiras (conta telefone, selos, correio, etc...), de falta de novo fôlego com ideias novas para dinamizar e até de um técnico de informática para desenhar e optimizar o site! Subsiste graças à carolice de algumas pessoas.
Por isso pensei em ajudar. Com a vossa ajuda, é claro....O Mundo dos Bloggers.
Cheio de gente boa e capaz.

Então a ideia é a seguinte: angariar pinturas/quadros, arranjar um espaço físico para a exposição das obras, proceder à divulgação do evento, efecuar a venda dos quadros, cuja verba será para reverter integralmente a favor da Âncora.
Pequena adenda: terá de ser tudo à borla!!

Várias sugestões valiosas e ofertas chegaram até mim. Obrigada a todos.
O artesanato que desejem oferecer (para uma futura venda) será também benvindo.
Todas as ofertas deverão ser remetidas para a sede da Âncora, situada na Portela de Sintra. Se possível, (sempre mediante autorização dos doadores) gostaria de publicar neste Blog as fotografias das obras que são oferecidas, pelo que agradecia que as remetessem para mail: mfcf@net.sapo.pt.

Não pintam nem têm jeito para essas coisas? Ora então, façam trabalho de recrutamento! !Conhecem alguém que pinte e que se disponibilize para oferecer uma pintura? Conhecem blogs de artistas/pintores? Têm alguma "cunha" para conseguirmos um espaço para proceder à exposição (depois de obtermos um número razoável e pinturas)? Querem contribuir neste Blog e ajudar a desenvolver esta ideia?
Juntem-se a nós.
Será que podemos contar com vocês?

O EMPREGO!

Na continuação de:
A PONTA DO VÉU I
A PONTA DO VÉU II
A PONTA DO VÉU III
VIAGEM
ATERRAR EM MACAU!
ENFIM MACAU!
A DESCOBERTA
E A “FAMÍLIA” (DELE)


Aos poucos
Tudo me fazia ficar triste
E tinha vontade de chorar
Ficar sozinha
E o namorado a trabalhar
Também não ajudava nada
A procura de emprego
Que não chegava
Enviar currículos
Esperar uma entrevista
No início a novidade
Depois a irritabilidade
Longe de tudo, de todos
Não conseguir falar com ninguém
A frustração de não saber chinês
O desespero de não arranjar emprego
A ideia de desistir
Deixar tudo e partir
A entrevista que chega no momento certo
A entrevista que corre bem
O entrevistador que remata
“Só é pena não ter experiência”
A irritabilidade à flor da pele
Tudo corria mal
Mais uma coisa que não dava certo
Não me contive
Discuto com ele
Que ninguém nasce ensinado
Que já o sabia quando me chamou para a entrevista
Que ele também teve um primeiro emprego
Que se não derem oportunidade às pessoas
Nunca terão experiência...
A discussão que me valeu o emprego
Fui trabalhar com o entrevistador
Depois “de ter experiência”
Fui para o serviço que tinha a vaga.
Um chefe muito simpático
Algumas colegas portuguesas
Algumas colegas chinesas
Todas muito simpáticas
Senti-me benvinda
Acolhida
E fiquei mais animada
Encontrei amigos
Portugueses e chineses
E as coisas começaram a melhorar
Já não passava o dia a desesperar
E a deambular pela cidade
Como no início
Um chefe que me dava liberdade
E não me pressionava
Me incentivava a aprender
E não me criticava apenas
A situação começou a compôr-se
E eu fui ficando...
A ideia inicial era ficar dois anos
Cheguei a 24 de Fevereiro de 1995
Continuo cá...

Wednesday, September 20, 2006

COISAS BOAS COISAS MÁS

Como se costuma dizer:
"Tenho boas e más notícias
Quais querem saber primeiro?"


As boas notícias para alegrar o dia:
(Atenção, deve ser lido a ver-me aos saltinhos como fazíamos quando eramos crianças e ficávamos muito contente)
"Já tenho bilhetes de avião! Já tenho bilhetes de avião! Já tenho bilhetes de avião!"
Para as férias de Natal e foram mais baratos do que estava à espera!!!

As más notícias:
Não estranhem o meu desaparecimento nos vossos blogs, até vos leio através do bloglines mas comentar não consigo por falta de tempo.
O CPU do meu computador de casa queimou (!) e o computador está a arranjar.
Este ano em termos de electrodomésticos tem sido para esquecer.
Já tenho uma TV nova, um leitor de DVD novo, um ferro de engomar novo, uma panela de arroz eléctrica nova e dois candeeiros no quarto do boneco novos. Look at the bright side, right? É quase tudo novo!
Voltando lá a casa sobra um portátil para dois ou mais utilizadores (sim, que o meu boneco e a amorinha adoram computador!)

Adenda 1: Eu não disse em lado nenhum que ia a Portugal no Natal, disse? Acho que andam a "ler demais..."

Adenda 2: Parece que além do CPU também um dos discos e mais umas coisas que não sei os nomes também não funcionam. Parece que vem mais um aparelho novo lá para casa e este pesa um cadito mais no orçamento

Adenda 3: Os chineses adoram arroz branco e eu por acaso também e aqui em casa em 98% das refeições é esse o acompanhamento. Em todas as casas chinesas há uma panela eléctrica de arroz, é um eléctrodoméstico muito normal. Basicamente põe-se lá o arroz, a água e liga-se à corrente, quando está feito desliga e mantém o arroz quente. O arroz fica soltinho e seco. ;)

Adenda 4: A tal panela de arroz também se vende em Portugal!

A “FAMÍLIA” (DELE)

Na continuação de:
A PONTA DO VÉU I
A PONTA DO VÉU II
A PONTA DO VÉU III
VIAGEM
ATERRAR EM MACAU!
ENFIM MACAU!
E A DESCOBERTA


Inevitavelmente.
Faz “parte do pacote”
O namorado
Tinha (tem!) família
Uma família que eu não conhecia
Que nunca tinha visto
Que não me conhecia
Nunca me tinha visto
Uma família de mais duas pessoas
A mãe e a irmã
(O papá do papá faleceu quando o papá tinha apenas 8 anos)

No início do namoro
Tal como eu
O papá também não contou nada
A família não sabia
Em Portugal
Muitos amigos de Macau
Amigos que eu fui conhecendo
E foi-se sabendo
E a notícia
Atravessou meio mundo
E chegou a Macau
A notícia que queria dar pessoalmente
Chegou mais rápido
A irmã num telefonema
Informou-o que a “mãe já sabia”
Ele sem compreender
Perguntou do que falava
“Da namorada portuguesa”
A resposta dada
Senti-me diferente quando o soube
Talvez até indesejada
“Portuguesa” pareceu-me defeito

Mais de um ano depois
Dele regressar a Macau sozinho
Eu ia-me juntar a ele
Acho que elas já não acreditavam
Que eu ainda o amava
Que o amor era forte
E tinha resistido tanto tempo

Ao chegar a casa dele
Havia mais um ramo de rosas
Rosas brancas, muito bonitas
À minha espera
Rosas que a irmã dele me oferecia
Um gesto simpático
Que me fez sentir benvinda

Conheci-as pessoalmente
No dia seguinte
Ao jantar
Em casa da irmã
Onde a mãe também estava a morar

Não sei descrever o que esperava
Talvez não ser bem aceite
Que não gostassem de mim
Afinal era portuguesa
Não chinesa...

A irmã é mais velha que ele
Mais velha que nós, dois anos
Sorriu-me quando entrei
Cumprimentou-me com dois beijinhos
Coisa rara por estas paragens
Em que tal é um contacto demasiado íntimo
Falava algumas palavras em português
Pronuncia mal os “r”s
Como quase todos os chineses
Que esse som não consta da língua deles
Tive (tenho) dificuldades em compreendê-la
Pessoa de poucas palavras
No início esforçou-se por me fazer sentir
Que era benvinda

A mãe dele(s) sorriu-me quando me viu
Penso que não era o que desejava para o filho
Foi a ideia que fiquei desde o telefonema
É a ideia que ainda tenho...
Não a achei (acho) acolhedora
Não me senti “à vontade”
Senti-me intimidada
Insignificante
Não liguei
Estava feliz
Não ia morar com ela...
Não falava (nem fala) quase nada de português
Eu não falava nada de chinês...
Sabia apenas “ngo ngoi nei” (amo-te)
Nada muito útil...

No entanto, sentia
Que estava preocupada
Esforçada para que eu gostasse
De Macau, de tudo
Para que me sentisse bem
Para que me adaptasse
Me sentisse “em casa”
Penso que temeu
Que se eu não ficasse bem
E regressasse a Portugal
Que o filho fosse comigo
E Portugal fica longe
Tão longe...

A “nossa” casa
A casa onde morávamos
Era a casa dela
Ela tinha as chaves
E aparecia lá
Sem tocar à campaínha
Sem avisar
Também era assim
Em casa da irmã dele
Porque ele tinha as chaves
Então era só abrir a porta e entrar
Estas liberdades faziam-me confusão
E começaram a irritar-me
Vinha “arrumar a casa”
Como se eu não o soubesse fazer
Como se eu fosse uma inútil...

A mãe dele é católica
E ficar juntos sem casar
Não fazia sentido
E, por ela, continuávamos a usar dois quartos
Embora na maioria das vezes
Ficasse no quarto dele
Mais uma situação que aceitava
Mas que me irritava

Todos os dias
Jantar em casa da irmã
Preparado pela mãe dele
A comida era (é) boa
Mas eu preferia a portuguesa
E todos os dias a comer “aquilo”
Comecei a fartar-me
E a comer cada vez menos
Perdi 10 kgs em duas semanas
E andava irritada, enervada
Não gostava de ir lá todos os dias
Mas não queria quebrar os laços familiares
Eu, uma estranha
Acabadinha de chegar
E comecei a ficar triste
Muito triste
Com vontade de regressar
Começámos a discordar
E pensei que o amor não fosse aguentar...

Tuesday, September 19, 2006

PRIMEIRO DIA DE ESCOLA

Ao ler esta mama a falar do primeiro dia de escola do seu filhote reparei em algumas coisas que talvez devessem ser como ela diz, mas que nesta nova escolinha é diferente.


O Boneco é poliglota
Não o concebia de outra maneira
A amorinha tem 16 meses
Fala pouco
Mas do seu vocabulário constam
Português, ingles e chinês

O Boneco andou num infantário
Onde falavam quase exclusivamente chinês
Aprendeu o abecedário em ingles
E algumas músicas
Infantário para onde irá a mana
Já no próximo mês…
Aos 3 anos mudou
O ano passado, portanto
Para uma escola inglesa
Administração chinesa
Professores Filipinos
Má pronúncia em ingles…
As instalações não eram as melhores
Não tinha ar livre
Passeios da escola à Terça-feira
Cancelados quando o tempo não era o melhor
Quando estava frio
Quando chovia
Quando havia tufão
E das 8:45 às 16:30 lá ficava
Fechado num primeiro andar
Com pouca luz
Eu não gostava
Ele também não

Este ano mudou
A escola continua a ser inglesa
Não é a escola portuguesa
Essa existe, mas não é a minha escolha
Não por enquanto
Que depois ainda não sei
A escola com óptimas instalações
Ar livre, relva e um recreio
Uma escola “à moda antiga”
Uma escola como em Portugal
Como a minha
Aliás, muito melhor que a minha
Que essa não tinha escorregas…
Professores ingleses
Ou melhor canadianos
Que falam bem ingles
Inglês americano
Mas muito, muito melhor que o filipino
Uma sala de aula cheia de luz
A luz que lhe faltava na outra escola

No primeiro dia ao chegar
Preocupado por não saber
Onde ficava a casa de banho!!!
A professora já lá estava
Na sala de aula
Convidou-nos a entrar
Pais e filho
Convidou-nos a conhecer a sala
Convidou-nos a sentar
E a ler com ele
Para o ajudar a ambientar
Fez o mesmo com outros pais
Com outros meninos e meninas
E todos ficam mais contentes
Porque não era “largar e partir”
E eu gostei
Vi uma menina, a Constança
Primeira vez na escola
Primeira vez com tudo em ingles
Preocupada por não a entenderem
Porque falava português
Contente porque o Boneco
Falava português
Há alguns meninos que falam português
Mas a maioria não
Apenas inglês
Ou chinês
Gostei de conhecer os outros pais
Coisa que não aconteceu no ano passado
De falar com a professora
De dizer que ele estava preocupado
Com a casa de banho
Que não gosta de dormir sesta
Soube que ali apenas há 30 minutos
Para deitar e descansar
Que não precisa de dormir
Que ninguém lhe ralha
Como na outra escola.
Gostei de sair
E de o ver sorrir
Ao dizer-me adeus
Da excitação ao telefone
A contar-me o dia
O que fez
Com quem brincou
Gostei muito
Só não gostei da confusão
De telefonarem a perguntar
Quem o ia buscar
Dele ter sido o último a sair
Porque não sabiam
Que ia no autocarro
Um pormenor menos bom
Mas que não ensombrou
A sua alegria
Neste primeiro dia...

Monday, September 18, 2006

ESCOLA

Finalmente
O dia esperado chegou
Com um atraso de duas semanas
A escolinha começou
E tu muito rabugento
Não querias levantar
Ao contrário dos outros dias
Em que te levantavas cedo
Cheio de alegria
Mas a reclamar
Porque a mamã tinha de trabalhar
Uniforme vestido
Leitinho bebido
Em direcção à escolinha
Reencontro de amigos
Do tempo do infantário
Tudo novo
Edíficio novo
Novos professores
Novos colegas
Mas tudo muito bonito
Bom espaço
Relva que tu notaste logo
Um parque pequenino
Com um escorrega
E uma sala cheia de luz
De brinquedos e de livros
E muitos colegas portugueses
E tu ficaste feliz
E eu estou feliz porque tu estás feliz!

Sunday, September 17, 2006

16 MESES DE AMORINHÊS

Mais um mês que passou
Mais um mês em que tanto haveria por dizer
Mas desta vez não sei o que escrever
Tantas coisas que aprendeste
Tantas gracinhas que já fazes
Tantas coisas que dizes
Que nem sei por onde começar
Falta-me em palavras
O que me sobra em amor
Um amor tão doce o teu
E tão feliz
És tão mais feliz que o mano
Tão mais alegre
Ris à gargalhada com facilidade
Cais mas levantaste rapidamente
E fazes mais uma traquinice
Mais uma maldade
Sempre com um grande sorriso
E falas, falas tanto
Muito Amorinhês
Que ninguém entende
E eu adoro ouvir
E comparo-te com o mano
Que não falava “à bebé”
Que parecia um pequeno homenzinho a falar
E tu tão trapalhona
Mas que eu gosto tanto.
Parabéns amor
Pelos 16 meses de felicidade

Ógnhi = colo
Pátau = batata frita
Pão = bolacha
Maínha = maminha
Menino = menino ou maminha
‘Tou = Estou (a atender o telefone)
Não (a abanar a cabeça)
Titinho = leitinho
Kiki = Mickey
Bebé
Baby = bebé em inglês
Down down = para ir para o chão ou para subir para a cadeira de refeição
Nôddiii = Noddy
Cócó = cocó ou mano (em chinês)
Ai, ai, ai = quando faz asneira a imitar-me a ralhar com ela (e assim denuncia-se sempre!...)
Piu Piu = Piu Piu dos desenhos animados e todos os passarinhos
Ball = bola em inglês
Dói dói = quando se magoa seguido do som do beijinho para lhe dar beijinho no dói dói
Mãnmã, Mummy, Mámmy, Mã = Mamã

Nota: A data foi alterada assim descaradamente porque ontem não tive tempo ;b

Friday, September 15, 2006

HÁ DIAS ASSIM

Há dias em que me apetecia
Fechar-me na minha concha
Não falar com ninguém
Não ver ninguém
Ficar sozinha
Comigo
Com o mundo
Com os meus pensamentos
As minhas dúvidas
As minhas (in)certezas
Desvendar o sentido
Ou a falta dele
De estar aqui
Não neste lugar
Não em Macau
Mas neste Mundo
Que Mundo, afinal?
Para onde caminha?
Qual o futuro?
O que nos reserva esse futuro?
O que reserva para os que mais amo:
Os meus filhos?
E às vezes tenho tantas dúvidas...
Tanto medo
E sinto-me pequena
Nesta imensidão à minha volta
Onde todos conversam
Sobre tudo e sobre todos
Em que riem
Em que criticam
Mas que não sabem
O que é a critica construtiva
Apenas a destrutiva
Em que os boatos passam de boca em boca
Em que as não verdades
Se começam a espalhar
De tal modo que começam a ganhar terreno
E passam a ser aceites como verdades
Em que a vida dos outros é mais importante
E mais interessante para se falar sobre...
Em que quando o outro está mal
Eles se riem e nem se lembram
Que às vezes um sorriso
Uma palavra de carinho
Pode ser o suficiente
Para o fazer olhar em frente
E caminhar
Avançar
Um passo de cada vez...
Porque estas pessoas
(Des)fazem o mundo de outras
Como se fosse uma bola de sabão
Porque eu não sou assim...
E porque há dias assim...

E EU hoje seria…

Estas meninas foram umas queridas, lembraram-se de mim e resolveram desafiar-me.
Já o fiz há algum tempo e hoje reproduzo aqui

Se eu fosse um mês, eu seria: Agosto (mês em que nasci)
Se eu fosse um dia da semana: Sábado (início de fim de semana)
Se eu fosse uma hora do dia: Meia Noite
Se eu fosse um planeta ou astro: Lua
Se eu fosse uma direcção: Sul
Se eu fosse um móvel: Cama
Se eu fosse um líquido: Água
Se eu fosse um pecado: Preguiça
Se eu fosse uma pedra: Diamante
Se eu fosse uma árvore: Sobreiro
Se eu fosse uma fruta: Manga
Se eu fosse uma flor: Orquídea
Se eu fosse um clima: Tropical
Se eu fosse um instrumento musical: Piano
Se eu fosse um elemento: Terra
Se eu fosse uma cor: Azul
Se eu fosse um bicho: Tigre
Se eu fosse um som: Rebentação das ondas em dia de tempestade
Se eu fosse uma música: From This Moment On da Shania Twain
Se eu fosse um estilo musical: Pop
Se eu fosse um sentimento: Amor
Se eu fosse um livro: A Child Named It
Se eu fosse uma comida: Massa italiana
Se eu fosse um lugar: Praia
Se eu fosse um gosto: Doce
Se eu fosse um cheiro: Cheiro de bebé
Se eu fosse uma palavra: Mãe
Se eu fosse um verbo: Amar
Se eu fosse um objecto: Máquina fotográfica
Se eu fosse uma parte do corpo: Olhos
Se eu fosse uma expressão facial: Sorriso
Se eu fosse um personagem de desenho animado: A mãe do Nemo (que só aparece logo no início do filme) ou a Fiona do Shrek (bonita por dentro)
Se eu fosse um filme: “Legally Blonde” (para provar que nem tudo o que parece é)
Se eu fosse uma forma: Paralelepípedo (pois, às vezes sou um bocadinho complicada)
Se eu fosse um número: 13 (dá-me sorte)
Se eu fosse uma estação: Outono
Se eu fosse uma frase: “Amo-te!”


E estas não faziam parte do meu desafio original pelo que acrescentei:
Se eu fosse um planeta: Terra
Se eu fosse um metal: Ouro
Se eu fosse uma letra de música: The Greatest Love of All da Whitney Houston
Se eu fosse um perfume: Contradiction de Calvin Klein
Se eu fosse uma roupa: Calças

E vocês o que seriam?

Thursday, September 14, 2006

A DESCOBERTA

Na continuação de:
A PONTA DO VÉU I
A PONTA DO VÉU II
A PONTA DO VÉU III
VIAGEM
ATERRAR EM MACAU!
E ENFIM MACAU!



No dia seguinte
Acordei para um mundo novo
Uma vida nova.
A dois
A noite descansada
No quarto dele...
Nos braços dele
Estava feliz
Tão feliz...
Tudo parecia fácil
Tudo estava bem!

A cidade quente e húmida
Fria de relações humanas
Descobrir que o português
Numa administração portuguesa
Num território chinês
É utopia!...
Que ninguém nos entende
Que o inglês
“Lá nos vai safando”
E a tal linguagem que é universal:
A gestual
As figuras ridículas
Eu a tentar perguntar
Eles a olhar
A tentar entender
Ou talvez não...

O olhar dos locais
Sentia-me um ser do “outro mundo”
São tão indelicados,
Rudes e mal educados
A falta de civismo
E de respeito pelos outros
Deixou-me impressionada

A comida...
Nem sei que dizer
Talvez que nada tem a ver
Com a dos restaurantes chineses em Portugal *
Logo no primeiro dia
Um “Yam chá”
Um almoço chinês
A maior parte da comida
Feita a vapor em cestos de bambu
Com amigos do papá
Alguns conhecia de Lisboa
Outros via pela primeira vez...
A diferença de mais 7 horas
O cansaço da viagem
O nervoso, sei lá que mais
Fez-me detestar a comida
Que agora adoro
Passei o almoço
A beber chá...
Estava tão mal disposta
(Não, não estava grávida)
As pessoas falavam (falam!) muito alto
A sensação de estarem todos a discutir
Todos zangados
A gritar uns com os outros
Mantém-se até hoje
Agora sei que é normal
Que os chineses falam todos alto

As perguntas de cortesia
Para mim idiotas
Já não me irritam como antes
(mas ainda irritam...)
Aqui é cortesia perguntar
Ao encontrar alguém na rua onde vai
Se for hora de almoço perguntar se já almoçou
Se está a escrever perguntar se está a escrever!
Enfim, apenas alguns exemplos
Mas às vezes tinha vontade de responder
Que não era da conta deles
Limitava-me a sorrir
Ainda me limito a sorrir
Porque realmente não sei o que responder.

A humidade, o calor insuportável...
A constante “sauna” que é andar na rua
A ameaça dos tufões...
A chuva no verão com calor
O Inverno seco sem chuva
Com apenas alguns dias de frio
Mas de um frio tão intenso, cortante...
Tudo era um mundo novo.
Mas eu estava feliz.

Wednesday, September 13, 2006

ENFIM, MACAU!

Na continuação de:
A PONTA DO VÉU I
A PONTA DO VÉU II
A PONTA DO VÉU III
VIAGEM
E ATERRAR EM MACAU!


Depois do cansaço da viagem
E da confusão e emoção do reencontro
Apanhar autocarro (ou táxi? - já não me recordo)
Para o terminal de jetfoil.
Jetfoil, mas o que é isso?
Um barco que “anda” só com 3 “pés” à superfície da água.
Mau, detesto barcos
E estava tão, tão mal disposta.
O cansaço, a falta de comer e de dormir
Aliada a todo aquele nervoso de não o encontrar
Tinha-me deixado de rastos.
Só a ideia de andar de barco
Já me deixava tonta.
E o mar é tão agitado em Hong Kong!

A viagem, já não a recordo.
Recordo o aproximar de Macau
Visto da janela do barco
E o nervos de “como será a cidade?”
De sair do barco
Completamente “bêbeda”
A trocar as pernas
Quase a desfalecer.
Não gosto de barcos
Não comia nem dormia nada de jeito
Há mais de 24 horas
O nervoso no aeroporto
Tinha-me deixado completamente de rastos.
A viagem de barco foi mesmo para acabar
Com o resto da (pouca) resistência que ainda tinha.
Passar a emigração...
Tudo/todos tão frios, nem cumprimentam!
A chegada ao carro
Um enorme ramo de rosas amarelas
O que eu adoro rosas amarelas!
O carro, um Mazda velho vermelho,
Com a parte de trás amassada
O papá tinha tido um acidente
E o pára-choques estava atado com arame.
A viagem até casa do papá
O primeiro edifício que recordo
O da CEM (Companhia de Electricidade de Macau), amarelo no Porto Exterior
Junto ao Fórum de Macau
A viagem rápida de carro
Destino final: Tói San, junto às Portas do Cerco (fronteira com a China, na altura a única)
A casa pequena,
Tão pequena que me parecia impossível
Que antes lá morassem 3 pessoas.
A casa da mãe dele
Mas onde ele morava sozinho
Da janela da pequena sala
Via as horas num relógio na China
Tão perto, mesmo ali ao lado.
A cozinha (como quase todas em Macau)
Parecia uma cozinha de brincar, de tão pequena...
Dois quartos também pequenos
O quarto do papá
E o outro preparado para me receber
A insistência do papá para que comesse qualquer coisa.
Ele saiu, foi comprar “tá pau” (take away)
Um arroz chau chau que acabei por não comer.
Estava cansada, só queria dormir...

Tuesday, September 12, 2006

THE DAY AFTER

Há 5 anos
Estive de férias em Setembro
Andávamos à procura do Boneco
Estávamos a pensar que algo não estava bem
Queríamos mudar de ares
Esquecer aquilo que tanto queríamos
E que demorava a acontecer
Depois de chegar a Portugal
Resolvemos voltar a partir
Uma viagem de carro
Só nós dois
Destino: Torremolinos
Destino anterior
Que tinha deixado saudades
E o desejo de regressar
Parámos pelo caminho
Sempre que o local nos agradava
Ou quando estávamos cansados
Nada fora previamente programado
Não haviam hotéis marcados
Ao chegar a Torremolinos
Estava tudo cheio
Um anúncio num café
À beira da praia
“Rooms for rent”
Fomos perguntar
Um apartamento
Num condomínio fechado
Um estúdio de último andar
Uma vista espectacular
Sobre a praia
Lindo
Preço pouco convidativo
Mas adorámos
Decidimos ficar
4 dias 3 noites
De 7 a 10 de Setembro
De dia praia
À noite passear
Namorámos muito
Sem nos preocupar
Recordo o domingo, dia 9/9
Muita gente na praia
Ficámos até ao final do dia
Depois fomos ao apartamento
Para tomar um duche
E a seguir jantar
Eu queria tanto uma paella
Um duche a dois,
Uma vista linda sobre o mar
Tão romântico
E só nós...
Abraçados
Um beijo que surge
Dois corpos que se desejam
O amor que se concretiza...
Depois fomos jantar
Paella? Nem a queria ver
E o cheiro?
Insuportável
Não percebi porquê
Achei que estava a ficar doente
Não liguei
Estava feliz
No dia seguinte (10/9) partimos
A estrada passava por montanhas
Ziguezagueava por entre belas paisagens
E eu tão, mas tão mal disposta
Sempre enjoei nas viagens
Nada de anormal
Apesar de mal o carro começar a andar
Eu começar a vomitar...
Viagem difícil
Nessa noite ficámos numa pensão
Numa terra que não recordo o nome
Não me sentia bem
O papá preocupado
Com o que eu poderia ter comido
Que estivesse estragado
O nosso 11 de Setembro começou cedo
Queria chegar a casa
Viajámos quase sem parar
Mas ao passar por Sevilha
Resolvemos visitar a cidade
Que já conhecêramos durante a Expo 92
E da qual tínhamos gostado
Passámos junto à embaixada americana
Muita gente, muitos jornalistas
Uma grande confusão
Não tinha ouvido rádio
Não sabia de nada
Pensei o que se estaria a passar
Seria algum dia especial?
Alguma data a comemorar?
Passeámos a cidade
Mas eu queria continuar
No carro procurei notícias
As primeiras em espanhol
Comentei com o papá
Que já não ouvia espanhol há muito tempo
Que tal como ele
Também já não percebia bem
Que não fazia sentido
O que o jornalista dizia
O World Trade Center não existia
Que parvoíce
Não posso estar a ouvir bem
Não posso estar a perceber bem
Não podia ser isto que o jornalista dizia...
Mais perto de Portugal
A procura de uma estação portuguesa
Para saber o que se passava no World Trade Center
As notícias em português
A minha língua
Que eu parecia ou não queria entender
Dois aviões? Nas torres?
O World Trade Center já não existia?
Mas o que se passa?
O que aconteceu?
Eu e o papá no carro em silêncio
Ele a conduzir
O som do carro a deslizar na estrada
Tinha uma dimensão incrível
A minha cabeça a mil
Imagino que a dele também
Incapazes de falar
Só a pensar, a imaginar...
Parecia um filme...
Um filme de terror...
Parámos em Faro para jantar
Não me lembro de ver televisão
Nem de a ter procurado
Recordo as primeiras imagens
Já em Lisboa, sentada na minha cama
Incrédula, cansada, mal disposta
Os dois sem falar

Recordo o “day after”, o dia seguinte
Fui a casa do meu pai
E aí vi pela primeira vez
Toda a sequência
O que tinha acontecido
E fiquei em estado de choque
Branca, quase a desmaiar
Sentia o chão a desaparecer
E eu a enfraquecer
Acharam que eu estava branca
Falaram comigo
Mas eu não ouvia
Os olhos postos na televisão
O primeiro avião contra a torre
Depois o segundo
Parecia o anúncio
De um filme de acção
Tipo “Assalto ao arranha céus”
Era tão irreal
E ao mesmo tempo real
Acho que não conseguia
Nem consigo 5 anos depois
Por em palavras as minhas emoções
Ia viajar de avião uns dias depois
Não o queria fazer
Tinha de ser
Nesse dia, o dia seguinte
O 12 de Setembro de 2001
Foi um dia muito complicado para mim
O dia em que tomei consciência
Do que realmente se tinha passado
Que as Torres Gémeas tinham desaparecido
Como se de uma construção de lego se tratasse
Que as pessoas que faleceram
Eram vítimas inocentes
De um diabólico atentado
Que este mundo tinha mudado...

Cerca de uma semana depois
Entrar no aeroporto de Lisboa
Só com passaporte
E bilhete de avião na mão
Ninguém passava da entrada
Muita polícia
Muita confusão
Muita emoção
A minha cabeça a girar
As imagens do atentado a passar
A entrada no avião
E a viagem descansada
Mas uma emoção diferente
Uma sensação que não sei descrever
Que também me pode acontecer...
E que mundo era este
Onde o meu futuro filho ia nascer
Será que ainda queria ter filhos
Tantas dúvidas
Tanta coisa a acontecer
A abanar as minhas convicções
A mexer com as minhas emoções.

Notinha de rodapé: Boneco: made in Torremolinos, a 09/09/2001

Monday, September 11, 2006

PEDAÇOS DE VIDA

Triste
Cabisbaixa
Sem reclamações
Sem queixas
Aceita tudo
Sem reclamar
Aceita a vida como ela é
Nunca reclamou de dificuldades
Das várias adversidades
De nada
Sempre se desenrascou
Sempre
Até que a idade não perdoa
Já não tem as mesmas capacidades
A mesma energia de outrora
A mesma saúde...
E tanta gente que a magoa
E ela chora em silêncio
No silêncio do seu quarto
Qual quarto?
Aquele novo
Aquele que trazia a promessa
De ser melhor
De ser seu
Um novo começo
Aquele que lhe prometia
Descanso
Físico e mental
Aquele descanso
Merecido
De quem pode aproveitar
Os últimos anos de vida
Em paz e sossego
Sossego que não tem
Que não a deixam ter
E aquele quarto novo
Que não lhe oferece
A tranquilidade que merece
Está fechado
Trancado
E ela volta a partir
Para outro lugar
Talvez melhor
Há que o desejar
Porque pior
Não pode ser
E mais uma mudança
Mais uma esperança
Mas quando a idade é avançada
E a rotina muito alterada
Tudo começa a deixar de ter sentido
E o pouco ânimo de viver
Começa a desaparecer
E a pessoa começa a desesperar
A sentir-se a incomodar
Um “fardo” a pesar
E é difícil animá-la
Voltar a fazê-la acreditar
Que o sol desta vez vai brilhar
(Desejo tanto que seja verdade)

PS: A “história da minha vida” continua outro dia, porque esta também faz parte da minha vida, porque dias melhores virão (só espero que não seja mais uma ilusão...)

PACIÊNCIA

Ou a falta dela
Porque as coisas não estão bem
Porque eu estou cansada
Porque me sinto muitas vezes impotente
Longe, isolada
Porque me faltam os amigos
Porque me sinto tantas vezes sozinha
Porque durmo mal
Porque a paciência de chinês não existe
Porque eu prefiro não discutir
Porque sem dormir fico insuportável
Porque paga quem não merece
Quem não tem culpa
Se é que alguém a tem...
Porque hoje quero relembrar-me
Que os meus filhos
São o melhor do MEU mundo
Porque não choro
Não o costumo fazer
Mas dói-me o peito
E a cabeça está a estourar
E o meu filho é lindo
Mas é uma criança
E não me entende
E testa-me a paciência
Que hoje eu perdi
E lhe bati
Três palmadas no rabo
Mais sentidas por mim
Que por ele
Por um motivo ridículo
Não queria dormir
Às sete da manhã
E lhe gritei
E me irritei
E ele chorava
E perguntava se o desculpava
E eu, tão irritada
Disse-lhe que não
Que ele era feio
E não gostava dele
E a mana também a fazer birra
E eu tenho muita coisa na cabeça
E mau acordar
E depois pedi-lhe desculpa
E dei-lhe muitos beijinhos
E muitos abraços
E miminhos sem fim
Assegurei-lhe que o amava
Muito, muito, muito.
Tanto que não dá para medir
Mesmo que ele faça birras
Que não fazem sentido
E não me ouça nem aceite as minhas explicações
Para mim é o mais lindo do mundo
E é MEU
No fim já sorria
Mas o meu coração ainda doía
E sinto-me sempre tão mal
E mais uma vez prometo a mim mesma ter calma.

Desculpem, meus amores!

Música

Adoro música.
Faz parte da minha vida.
Sempre fez
Descreve sentimentos
Recorda-me momentos
Lugares, pessoas
Coisas boas
Coisas más
Faz-me viajar em pensamentos
Recordar o passado
A nostalgia do que já passou
O sonho do que virá
Gosto de ir a concertos
Gosto do ambiente
De me deixar levar
De me envolver
E me perder em pensamentos
Sentimentos
O papá não gosta.
Não aprecia
Prefere não ir
Gosta de ficar em casa
Vai.
Acompanha-me
Porque às vezes vou sozinha
Mas não gosto
Sábado, 09.09
Centro Cultural de Macau
Stacey Kent
Sem grandes expectativas
Depois de um dia cansativo
Uma noite para acalmar
Para relaxar
Ela muito simpática
Uma voz doce, calma e suave
Melodiosa
Uma banda
Piano
Violoncelo
Bateria
Saxofone
Adoro piano e saxofone
A combinação dos dois
Os outros bem enquadrados
A combinar com a voz dela
Um à vontade em palco
Sem programa pré definido
Que ela gosta de cantar o que lhe apetece no momento
O que sente que é adequado ao ambiente
Gosta de sentir a reacção do público
E um “toché” (obrigada em mandarim) a agradecer
E um “san yat fai lok” (parabéns em cantonense) que o marido (saxofonista) fazia anos
Ficam bem e o pessoal gosta de ouvir.
Mais tempo de concerto que o previsto
Que ela entusiasmou-se
E o público aplaudia.
Não conhecia.
Gostei.
Relaxei.
E esta música
Faz tanto sentido!...

11 Setembro de 2001

Passaram 5 anos!
Não esqueci
Não vou esquecer!

Friday, September 08, 2006

ATERRAR EM MACAU!

O que está escrito a seguir vem na continuação de
A PONTA DO VÉU I
A PONTA DO VÉU II
A PONTA DO VÉU III
VIAGEM
E só assim faz sentido e fica enquadrado.


Deveria dizer aterrar em Hong Kong?
Afinal quando cá cheguei em Fevereiro de 1995
O aeroporto de Macau ainda estava em construção.

Depois da novidade de andar de avião
Do cansaço da viagem
Aterrar em Hong Kong foi uma aventura.
O aeroporto de Kai Tak (aeroporto antigo)
Ficava numa zona cheia de arranha céus
E os pilotos tinham de ser mesmo bons para não lhes acertar!

A aterragem foi perfeita, suave.
O avião aterrou quase uma hora antes da prevista.
Os passageiros (eu incluída) saíram.
Tentar perceber onde é que se ia buscar as malas
Como é que “aquilo” funcionava.

Um aeroporto muito movimentado.
Todas as indicações em inglês.
E chinês...
O meu inglês era péssimo!
Dois ou três anos no liceu
Um ano no British Council em que não aprendi nada...
Enfim, se fosse francês ...
Que eu falava quase como português
Em Paris julgaram-me emigrante de vários anos em França...

Naquela confusão de malas
E pessoas mal educadas
Consegui descobrir a minha mala
Humm, para primeira impressão
As coisas estavam a começar a correr mal.
O nervoso miudinho
Um nó no estômago
Estavam a deixar-me demasiado ansiosa.
Não havia telemóveis
Não sabia se o namorado já lá estaria...

Arranjar um carrinho
Colocar as malas
E seguir atrás de toda aquela multidão
Até à zona de chegadas.
Ouvia uma língua que não compreendia
E outra que não tinha a certeza se era inglês...

Zona de chegadas
Ninguém à minha espera.
Mil e um pensamentos passaram pela minha cabeça.
“Será que tinha saído no sítio certo?”.
“Que estupidez, não há outro sítio para sair!”.
“Vamos lá recapitular: será que ele não acreditou que eu vinha MESMO?”.
Depois de tantas recusas em vir para Macau aquele pensamento fazia todo o sentido.
O nervoso começou a aumentar.

Perguntei ao segurança do aeroporto (chinês),
No meu inglês rafeiro
Onde comprar um cartão para telefonar.
Pior foi a resposta.
Fiquei a olhar para ele a pensar:
“Isto não está a acontecer!”
Não percebia uma palavra do que ele estava a dizer.
Nem sabia em que língua ele me estava a responder.
Seria mesmo inglês?
Ou seria chinês?...

A minha atrapalhação notava-se
O segurança apontou algo
Parecia uma banca de jornais
Quando falei em telefonar
Passaram-me o telefone fixo.
Não percebia nada
Do que me estava a acontecer.
Cada vez mais confusa...
Descobri mais tarde
Que as chamadas locais não se pagam (tal como em Macau).
Quando consegui que percebessem que queria telefonar para Macau
Venderam-me (finalmente!) um cartão
E apontaram-me o elevador
As cabinas eram no andar de cima.
(Mas isto faz algum sentido???!!!)

Resignada
Lá me enfiei no elevador
Eu e o carrinho com as minhas malas
Que deviam conter chumbo
De tão pesadas que me pareciam/estavam.
Precisava telefonar!
As tentativas de ligar
Sem nunca o conseguir.
O desespero e alguém que me ajudou
(nem sei se foi homem, mulher ou se sonhei)
O telefonema para casa do namorado
A resposta num português/chinês
Que eu quase não entendia
A mãe dele: “J. hoi djó Hong Kong”
Claro que hoi djó não percebi
Mas J. e Hong Kong faziam sentido
A esperança de ter percebido bem
De ser verdade...

Voltar a encontrar o elevador
Para voltar a descer...
Uma aventura!
Aquele aeroporto era um mundo, enorme...
Eu perdida no aeroporto
E o tempo a passar...
Tinha aterrado cerca de uma hora mais cedo
Já se tinham passado duas horas
Começava a desesperar
E sentia-me a rebentar.
Pensava que tinha de chegar a Macau
Mas estava tão cansada...

Consegui descer
Novamente nas chegadas
A sala estava quase vazia.
Que diferença
Estava cheia quando saí
Já não via os encontros e reencontros
Os cartazes dos hotéis e serviços de pick up
O nome das pessoas escritos em cartão...
Apenas duas ou três pessoas sentadas
Pacientemente à espera.
E alguém com um ar aflito
A andar para trás e para a frente
Tão perdido quanto eu...
E o abraço.
E o que eu chorei naquele abraço!

Thursday, September 07, 2006

SOFT OPENING


Começámos aqui: http://danieleliana.blogs.sapo.pt
Quando o espaço chegou ao fim e os blogs mudavam para beta mudámos para aqui: http://daniel-eliana1.blogspot.com
Mudei o blog para beta
Não consegui comentar ninguém
E ninguém me conseguia comentar
Mudei novamente
Hoje a soft opening...
Vou começar a visitar-vos...
Entretanto actualizei os links
Verifiquem se lá estão
E se os dados estão correctos
Amanhã continuarei a minha história
Publicarei o reencontro
Que tanto esperam.
Entretanto na secção de Nostalgia
Está o início da história
Para quem não leu...