Monday, December 31, 2007

FELIZ ANO NOVO

Hoje é o ultimo dia do ano, dia em que muita gente faz balanços sobre o ano que passou e faz promessas para o novo ano que se aproxima a passos largos.
A possibilidade de realização dos sonhos torna-se mais real com o novo ano que se aproxima, dizem...

Acho que nunca fiz balanços nem promessas para o ano novo.

Quando era mais nova gostava de ir fazer a passagem de ano pela festa, embora não percebesse porque estava toda a gente tão feliz. Continuo a não perceber, cada vez me parece que o ano novo não é mais que a mudança de um ano para outro.

Devia gostar de celebrar passagens de ano, até porque em Macau temos direito a duas: hoje dia 31 de Dezembro e o ano novo chinês, cuja data é variável. E ainda há os que celebram a passagem de ano de 31 de Dezembro pela hora local e pela hora de Portugal (apesar das 8 horas de diferença).

Em jeito de balanço posso dizer que este ano foi um ano complicado, em que as férias não foram férias, em que o filho esteve muitas vezes doente, em que descobri a hérnia da filha e em que a minha avó nos deixou.

Tudo o que desejo do novo ano, para mim e para os meus (familiares e amigos, incluindo os virtuais) é o que desejo todos os dias do ano: muita saúde acima de tudo, trabalho, amor, poucas discussões entre famílias e amigos e paz no mundo inteiro.

Assim, desejo a todos: Feliz Ano Novo!

Árvore de Natal no Largo do Senado, Macau

Wednesday, December 26, 2007

TSUNAMI-3 ANOS


Tenho estado um pouco calada.
Este mês é o mês de Natal e tenho-me lembrado muito do Natal do ano passado, celebrado em Portugal pela primeira vez desde que tinha deixado Portugal e com a minha avó. Foi um Natal feliz, apesar dos incidentes familiares que se dispensavam, mas foi bom e sei que ela estava feliz por passar o Natal comigo e com os meus filhotes, principalmente com a amorinha, a sua única bisnetA.
Este Natal trouxe-me a nostalgia do ano passado e nem me apeteceu deixar aqui no blog os votos de um feliz Natal a quem (ainda) me visita apesar de eu andar um pouco distante do meu e dos vossos blogs e por isso desculpem-me.

Este é também o mês em que o boneco partiu a cabeça, tal como referi no post anterior, numas férias na Tailândia que começaram mal e acabaram pior.
Hoje passam 3 anos sobre o Tsunami e eu sei que nunca o esquecerei, nem à sorte que tivemos.
Há muitas coisas que poderia dizer, muitas coisas que poderia escrever, mas ainda hoje fico como que hipnotizada quando me recordo e há imagens e sons que penso que nunca sairão da minha memória.
E tivemos tanta sorte... uma nova oportunidade de viver.
Deixo aqui assinalado este terceiro aniversário da passagem do tsunami e o desejo de que a dor se vá atenuando com o tempo para os que perderam tudo e por pouco não perderam também a vida.

Wednesday, December 19, 2007

Há 3 anos...

No dia 19 de Dezembro de 2004 fomos de férias para a Tailândia, como quase todos os anos no Natal, excepção para o ano passado (Portugal) e este ano (Macau).
Chegámos à tarde e estávamos tão cansados que comemos e fomos dormir um pouco.
Pelo menos foi o que planeámos, mas estávamos tão cansados que ninguém se levantou, nem o meu boneco!
Dormimos até ao dia seguinte e levantámo-nos cedo, muito cedo, talvez por volta das seis da manhã. Tomámos pequeno-almoço e fomos à praia.

O boneco sempre teve medo da praia, tanto que o seu primeiro banho de mar foi nestas férias em Outubro, na Tailândia.
Alugámos as cadeiras, mas com o boneco sempre a chorar a dizer que tinha medo do barulho das ondas.
Depressa desistimos da praia e voltámos para o hotel, para a piscina.

O papá e o filho foram para a água brincar enquanto eu fui por as toalhas nas cadeiras.
Ouvi o boneco chorar e pensei que se tinha magoado um pouco, mas quando olhei vi o papá com ele ao colo a chamar-me, larguei tudo e corri para eles.
Quando vi o boneco ia-me dando uma coisa má.
Tinha sangue a escorrer-lhe pela cara abaixo.
Fiquei gelada debaixo de um sol de 36 graus!

Caiu do escorrega (para crianças) que está na beira da piscina para escorregar para a piscina.
Subiu o escorrega normalmente e sem dificuldade, mas sentou-se muito atrás, portanto fora do escorrega e caiu para trás. O papá estava na água à espera dele descer e não pode fazer nada.

Ele chorava e pedia para a mamã dar beijinho para passar o dói dói (técnica que lhe ensinei e funciona na maioria das vezes mas daquela vez...)
Dei-lhe montes de beijinhos com tanta vontade de chorar (ou mais) que ele.
Ele parou de chorar e ali ficou ao colo do papá enquanto tentávamos apanhar táxi para ir ao hospital.

Fomos ao hospital de Patong e mal chegámos mandaram-nos logo entrar e deitá-lo numa cama.
Ficámos sempre com ele.
Primeiro veio uma enfermeira vê-lo e depois o médico observou-o.
O médico, tal como eu, estava preocupado porque ele tinha caído de costas e podia ter-se magoado em qualquer outro sítio não visível, embora o boneco dissesse que só tinha dói dói na cabeça.

A enfermeira amarrou o boneco com os braços esticados ao longo do corpo, de modo a não se mexer com umas faixas tipo colete de forças a uma coisa parecida com uma tábua, e deu-lhe anestesia directamente na ferida. O boneco choramingou um pouco mas eu estive sempre a falar com ele para o acalmar. É que além de estar todo amarrado, também tinha um pano a tapar-lhe a cara, pelo que não via nada do que se estava a passar.

Ele estava cheio de medo, mas portou-se tão lindo que me orgulho dele. Claro que na altura nem reparei se ele se estava a portar bem ou mal, só queria que tratassem dele.

A enfermeira limpou a ferida e, o que ainda hoje me impressiona foi ela separar as duas partes da ferida para enfiar um algodão lá dentro e limpar. Depois levou 4 pontos e ficou com um penso enorme que mal abria o olho.

Saímos do hospital com 4 pontos, um penso enorme, a testa toda negra e a recomendação de não molhar a ferida. Voltámos lá dois dias depois para mudar o penso e fomos tirar os pontos no dia de Natal.

Hoje, lembra-se que fez dói dói grande no escorrega vermelho e foi de tuk tuk para o hospital. Ficou uma pequena cicatriz junto à sobrancelha esquerda que mal se nota.

Para mais tarde recordar que a ele realmente tudo lhe acontecia.

Monday, December 10, 2007

DUVIDAS E INCERTEZAS DE MÃE...

Às vezes penso como as (des)precupações de mãe mudam bastante do primeiro para o segundo filho.

Não quero com isto dizer que não me tenha preocupado com a amorinha,mas vejamos bem as coisas.

O boneco desde que nasceu que está quase sempre doente, quase todos os meses tem qualquer coisa, nem que seja uma simples gripe.
Quando nasceu, durante um mês tive de ir todos os dias ao Centro de Saúde para ver o nível de icterícia que se manteve um mês no limite máximo. Se alterasse para um valor superior teria de ser internado. Teve cólicas durante um ano e não os 3 meses que se diz ser “normal” e chorava imenso, de noite e de dia...
Aos 5 meses apanhou uma conjuntivite na Tailândia e ficou com febre, aos 7 teve varicela (e eu também... pormenores...), aos 9 teve uma alergia na área genital que o dermatologista nunca identificou e que me fez deixá-lo andar sem fralda, despido da cintura para baixo e com um frio de rachar (e em Macau que quase nunca faz frio, foi preciso ter azar!). Depois uma ameaça de hérnia enguinal que levou o médico lá a casa, e ainda bem que foi só suspeita. E no meio umas quantas gastroentrites, uma delas fará 2 anos na Páscoa em que ele estava tão fraco que já não se conseguia levantar da cama e só não foi internado porque o pediatra e eu não confiamos muito no sistema de saúde e porque o pediatra me indicou o que devia fazer e me deu o fim de semana para ele melhorar, caso contrário era internamento. Não foi preciso, ainda bem...
A mais recentes das gastrites, há cerca de um mês na Tailândia que originou a suspeita de cólera e que acabou com ele a vomitar sangue...
Já nem falo de que quando alguém lá em casa fica constipado ele apanha sempre!...
Digamos que, infelizmente, já me habituei a que ele esteja quase sempre doente...mas não quer dizer que não me preocupe...

Tanta conversa sobre doenças surge porque a amorinha é muito raro estar doente. Sempre foi assim desde bebé. Lembro-me de ter tomado medicamentos uma vez e de ter tido febre meia dúzia de vezes... nada que me chegasse a preocupar muito.

Desde que começou a falar que ela se queixa de dores no umbigo e me pede massagem mesmo no umbigo. Inicialmente dizia que tinha dói dói,mas o medo pelo médico tem vindo a crescer, tal como ela e há muito tempo que diz que não tem.
Também tive a sensação há muito tempo atrás, talvez um ano ou mais que ela tinha um altinho ao lado do umbigo, mas fui desvalorizando e comecei a achar que talvez fosse impressão minha.
Na terça-feira quando a despi para o banho, fiquei preocupada, tinha uma pequena bola do lado direito do umbigo, parecia um pequeno ovo de galinha. Nesse dia telefonei ao pediatra mas não o consegui apanhar e como ela não se queixava não insisti. No dia seguinte estava mais pequeno...
Na quinta-feira ficou com febre e vomitou. Telefonaram da creche para a ir buscar e levei-a ao pediatra que mandou vigiar e que inicialmente parecia não acreditar no “altinho” pois com ela deitada não se vê, mas quando a sentei e depois pus de pé ele perguntou-me porque nunca tinha mencionado que ela tinha este alto... mas a verdade é que sempre desvalorizei... era mesmo muito ligeiro...

Trata-se de uma pequena hérnia que às vezes está mais saliente que outras e que poderá ser necessário fazer “uma pequena correcção”, palavras do pediatra que vai pedir a opinião de um outro pediatra do hospital público pois se necessitar de intervenção cirúrgica será ali realizada... Vamos aguardar e observar e ter atenção às queixas de dores de barriga da amorinha.
Vamos também ver a febre e os vómitos que podem ser uma pequena constipação ou podem ter a ver com a hérnia.

E, para quem nunca teve nada...

Entretanto, a febre (e os vómitos) só se manteve na quinta à tarde e à noite e na sexta-feira ficou em casa mas sem nada e bem disposta. O “alto” voltou a ficar maior no sábado tendo voltado “ao normal” no domingo.