Monday, April 30, 2007

SER MAMÃ E ESTAR DOENTE É

Ir buscar a amorinha à creche, o boneco à piscina, tratar deles e deitá-los e ouvir o meu boneco dizer para eu dormir no quarto dele para ele poder ver se eu estava bem (costumamos ficar no quarto dele quando ele está doente) e ouvir a recomendação dele ao papá: “olha pela mamã”. Um doce!
Levantar às 3 da manhã com muito frio e 38ºC para dar leite à amorinha que só quer a “MÁMY”

Ir na manhã do dia seguinte à piscina fazer a inscrição para o mês seguinte, depois de tomar uns comprimidos para as dores e para a febre, e ir ao supermercado comprar iogurtes para eles que tinham acabado (e o papá não sabe escolher o que os filhotes gostam...)
Aproveitar a sesta deles para dormir com eles.
Ir ao hóquei com o boneco e a amorinha porque sozinha em casa com a amorinha ainda era pior... e o treino de hóquei demorar 1h30 em vez de 1h...
Encontrar uma colega de Portugal e depois nem me lembrar bem do assunto...

Domingo ir ao jardim com eles porque eles querem e, apesar de estar melhor, ainda me “arrastar”. Dormir a sesta com ela e ficar em casa à tarde por estar a chover.
E não ter escolhido a roupa que já não serve... Amanhã?
Bom feriado!

Friday, April 27, 2007

ROUPA



A previsão para o fim de semana...



Thursday, April 26, 2007

ESCOLAS


(Post para mim!)

Há dois anos, o meu boneco completava 3 anos e deixava a creche.

Assisti a várias apresentações de várias escolas, o “Open Day”, o dia em que a escola tenta atrair os pais a colocarem os seus filhos nessa escola, apresentando cada uma o que de melhor tem.

Há escolas bastante caras e têm de justificar o preço por terem bons professores ou por estarem a investir no melhoramento das instalações para que os alunos tenham melhores condições de estudo, ou... , ou...

A minha escolha recaiu sobre escolas inglesas, porque queria que ele aprendesse inglês e chinês, enquanto que o português aprendia em casa.
Não discuto se essa é ou não a melhor escolha mas para os seus 3 a 6 anos assim estava decidido e assim continua decidido.

Visitei a “School of the Nations” do Canadian College e não gostei muito das instalações nem da “pouca vontade” de nos “vender” a escola. Mandaram-nos entrar e visitar as instalações à nossa vontade e para perguntar algumas dúvidas foi preciso andar à procura de quem as esclarecesse.

Estive presente na sessão de apresentação da escola que tinha escolhido e que há muito planeava que ele fosse para lá, a “Sheung Kong Hui”. As instalações são boas, a educação em português e mandarim, alguns professores estrangeiros, equipamentos para miúdos pequenos, cantina, opção de ficarem mais tempo na escola se não o conseguisse ir buscar a horas, autocarro para o levar para casa, e outras coisas do género, todas positivas.
E o facto de no ano seguinte passar a ser subsidiada pelo governo e ser, por isso, mais acessível, contribuiu para que muitas pessoas estivessem presentes.

Também estive presente na apresentação da TIS, a funcionar num edifício emprestado da Universidade de Ciência e Tecnologia e a prometer melhores instalações, construídas de raiz para dois anos depois, com professores todos estrangeiros, mas a meu ver um pouco velhos, também com autocarro para os levar a casa, mas com o inconveniente de no primeiro ano (K1) as crianças apenas ficarem umas 3 horas na escola.

Fiquei-me por aqui e preenchi a inscrição para a selecção na Sheung Kong Hui.
No dia de selecção, os miúdos ficavam uns 10 numa sala com um dos pais e andavam por lá as professoras a tomar notas.
Tive a sensação de que os miúdos já estavam escolhidos e que as notas eram a indicação dos miúdos que deviam ser “melhor observados”. Nunca o confirmei, mas disseram-me depois que ali só se entra com o factor C, que eu não tinha e nem tinha pensado fazer falta.
Ao boneco perguntaram o nome e se ele falava chinês, mas envergonhado como é nunca abriu a boca “Entrou mudo e saiu calado”.
Resultado: não foi seleccionado.

Aqui tive de voltar a pensar para onde poderia ir e tinha duas escolhas:

O infantário português “D. José”, mas onde há demasiados feriados, os de Macau e os de Portugal em que eu trabalho e depois ele tinha de ficar em casa, além de me parecer que iria aprender pouco para o que ele me solicitava já na altura. Nunca confirmei esta parte até porque este infantário não tem um “Open day” e eu também não estava muito interessada.

A escola inglesa St. Anthonys que tinha (e tem) umas péssimas instalações, num primeiro andar de um edifício quase sem luz natural, bastante central e que fica a 5 minutos do meu trabalho. Para compensar a falta de ar livre os miúdos saiam todas as terças feiras, menos quando estava a chover ou frio, o que aconteceu a maioria das vezes. Tinha cantina e saíam, o mais tardar, até às 17:30. Foi a solução de recurso.

Quanto à Sheung Kong Hui ainda liguei para lá várias vezes para tentar falar com o director, para ver até que ponto era possível ele entrar ou ficar em lista de espera ou algo do género, mas o director estava sempre ocupado, ou não estava e ficavam de telefonar depois. Claro que nunca ninguém respondeu.

O ano lectivo passou, sempre com o boneco triste por não ter entrado para a outra escolinha e a promessa de o mudar de escola.

Nova tentativa da Sheung Kong Hui, desta vez com um pouco de factor C, mas era necessário que ele voltasse a repetir o K1, algo que recusei imediatamente, embora conheça quem tenha aceite.

A escolha acabou por recair sobre outra escola onde ele está feliz e onde vai continuar.

E, porque estou a escrever isto?
Porque hoje recebi um telefonema muito simpático da Sheung Kong Hui para levar o boneco na próxima quinta feira a uma entrevista com o director!
Fiquei inicialmente assustada porque apenas perguntou se eu era a mãe dele e que estava a falar da escola. Pensei logo que estava doente!
Depois o nome da escola não era a dele e quando ela disse o assunto fiquei mesmo baralhada.
Lá lhe expliquei que este ano não tinha inscrito o boneco e ela ficou silenciosa do outro lado da linha por uns segundos até que perguntou se ainda estava interessada em que o boneco fosse estudar para lá ao que eu tive o prazer de responder com um “redondo” NÃO!

Wednesday, April 25, 2007

25 ABRIL


Há datas que são importantes pelo significado, pela liberdade que nos trouxeram.
Gostava que um dia os meus filhotes percebessem a importância deste dia, do “meu” 25 de Abril, mas se eles continuarem por aqui quer-me parecer que será sempre mais um feriado que há em Portugal mas que não há em Macau (longe vão os tempos em que também era feriado aqui...)

Era pequena no 25 de Abril, ainda não tinha 4 anos e vivia longe das grandes cidades, no campo.
As imagens que tenho deste dia são ténues e confusas e nem tenho a certeza se são memórias minhas.
Há imagens que não tenho a certeza de ter visto, de ter vivido.
Há imagens que penso serem verdadeiras, outras que penso ser ilusão, sugestão.
Há coisas que ouvimos tantas vezes com descrições tão pormenorizadas que as começamos a imaginar e até parece que são nossas, que as vivemos mesmo.

Demasiado pequena no 25 de Abril, no fim de um processo complicado de luta pelo poder paternal entre o meu pai e a minha mãe, e já com tantas recordações mais ou menos dolorosas. Foi essa luta que me fez sair mais de casa, do meu canto, a casa da minha avó, numa fazenda.
Foi nessas saídas que me fui apercebendo das diferenças, que havia coisas que tinham mudado, demasiado pequena para perceber a sua importância.
Foi nessa altura que se deixou de bichanar lá em casa, que eu não era mandada falar mais baixo constantemente (e, quem me conhece sabe que tenho um tom de voz que se ouve em todo o lado mesmo a falar normalmente) e podia ir brincar à vontade pelos pinhais circundantes.

A imagem do menino a colocar o cravo no cano da espingarda guardo-a na memória há imensos anos, nem sei onde a vi e a música “Grândola, vila morena” leva-me imediatamente a pensar no 25 de Abril, a única revolução no mundo inteiro que teve a particularidade de começar com uma canção, foi esse o sinal para avançar.

Assisti(o) à luta dos habitantes de Hong Kong pelo direito ao sufrágio universal e não compreendo a taxa de abstenção que se verifica em Portugal. Um direito (entre tantos) adquiridos com o 25 de Abril, mas que me parece que as pessoas percebem cada vez menos.

Vejo a censura na China e dou imenso valor à liberdade de expressão que temos em Portugal (ok, a censura escondida também existe, mas é muito diferente do que existe na China).

Gostava de ter a capacidade de fazer com que os meus filhos dessem o devido valor à revolução dos cravos, mas sei que estou sozinha nessa luta que o próprio pai, chinês, não percebe...

Tuesday, April 24, 2007

HOJE

Hoje queria
Ter asas para voar
Poder sair por aí
Em liberdade
Voar, voar, voar
Até me cansar
Ver tudo lá de cima
De um prisma diferente
Um mundo distante
E tão presente
Mas visto de cima
Tudo é mais simples
Tudo é pequeno
Os problemas evaporam
Desaparecem
Face a tal imensidão
A minha solidão
Passa para outra dimensão
E o coração
Sente-se mais leve
Recordo quem me faz feliz
Recordo o que se diz
Sorrio para mim
Para ti, para o mundo
E encontro coragem para regressar
Para aterrar
Os dois pés firmes
Em terra
Pronta para enfrentar
Pronta para continuar a lutar.


NOTA: Escrito no final do ano de 2006 mas que podia ter sido escrito a semana passada...

Monday, April 23, 2007

DIAS

Dias com tempo, de brincadeira, com eles
Dias de passeio, de estar em família, com amigos
Dias de preguiça, de rir, de descansar, de não pensar
Dias em que o céu parece menos carregado
Em que os problemas são mais leves
Em que a distância atenua a dor
Em que a decisão tomada parece adequada
Em que a voz do outro lado do fio ri, com emoção, feliz (será?)
Um riso que me aquece a alma e me enche o coração
E me acalma esta preocupação
Este medo de não a estar a apoiar neste fase da vida
Que devia ser a mais descansada, a mais feliz, depois de uma vida cheia e sofrida.
Parece afinal, que nem tudo corre mal
E ela gosta ou parece gostar daquilo que tanto rejeitou e parece que o aceitou bem, muito melhor do que o previsto.
E que a dor da revolta e da rejeição não estão presentes
E eu só espero estar mesmo certa e que o que ouço seja mesmo verdade e não apenas uma ilusão.

Adenda: Faz hoje duas semanas que a minha avó começou a frequentar o Centro de Dia, algo que sempre rejeitou.

Friday, April 20, 2007

ETAPAS DA VIDA

Todos os dias há portas que se fecham, portas que se abrem, janelas que deixam entrar uma nova luz que nos guia e mostra o caminho a seguir; uma luz que por vezes é ténue, outras mais forte, uma luz diferente que nos leva a um caminho também ele diferente do que tínhamos imaginado, traçado, planeado ao longo de uma vida já preenchida.

Há etapas que se encerram, capítulos de uma vida, parte de um livro de memórias só nossas, que por vezes folheamos com nostalgia, algumas nunca partilhadas, nunca contadas, porque os tempos são outros, mas fomos educados de um determinado modo e há tantas coisas que não se dizem, que são tabu.

Há novas etapas, nunca antes sonhadas e até odiadas que começam, porque a vida assim o determina, assim o decide, porque alguém decide por nós, porque voltámos a ser dependentes de alguém tal como o fomos na infância, porque as nossas asas já não têm força e já não nos permitem voar sem ajuda; uma ajuda que não é a mesma da infância, mas que é uma ajuda e que pode ser bem ou mal recebida, vinda do coração ou por obrigação, sentimentos de dever, ou de amor.

Há passos que nunca imaginámos que um dia seriam os nossos, palavras que nunca imaginamos proferir, palavras que saem da nossa boca e que nos dão a sensação de alguém as ter posto lá, porque não fazem parte do nosso vocabulário, do nosso dicionário.
Há palavras que nos descansam ou nos atormentam, há palavras que fazem acreditar e sonhar e há outras que têm o dom de ferir e magoar. E há palavras que proferimos para que os outros acreditem que estamos bem, para os descansar... Palavras proferidas com alegria e com o reforço de que é verdade, de que gostamos mesmo, mas que quem nos conhece bem lê que o coração está magoado e que o gesto possível não foi assim tão bem escolhido e que talvez aquele passo tenha sido mal dado...

Porque há coisas que a vida nos ensina, há idades em que já não queremos saber e em que desistimos um pouco da vida a não ser que se encontre uma razão para continuar a (sobre)viver; porque sentimos a dor da rejeição, da traição de alguém que se ama para além da vida...; porque há quem tenha “as mãos” atadas, porque há distâncias que não permitem outra solução...

Porque há tantas dúvidas também de quem apoiou a sugestão, de quem a transmitiu e a pintou com cores lindas, com todas as cores do arco íris, mas que no fundo sabe que está a magoar alguém que também ama, mas que também não sabe como ajudar.

E, do outro lado de uma linha, de uma ligação que aproxima, que encurta distâncias a voz treme e o coração vacila...

Thursday, April 19, 2007

MEDOS

O meu boneco mal aprendeu a andar caiu na relva acabada de cortar. Estava de calções e picou-se nas pernitas. Ficou com um autêntico pavor à relva!
Para ir com ele ao jardim tinha de ter a certeza que não havia apenas relva, mas também betão.

A juntar ao medo pela relva havia o medo da areia que me impediu de ir à praia estes anos, ficámos sempre pela piscina. O medo da areia não tinha explicação, levei-o à praia ainda pequeno, com 7 meses, em Phuket, na Tailândia e molhámos os pés na água e andámos na areia e ele não gostou. Nem da água nem da areia.
O barulho das ondas assustou-o, a areia incomodou-o.
Repetimos uns meses mais tarde (Agosto), em Portugal, mais propriamente em Vilamoura e a reacção foi a mesma, pelo que decidimos não insistir.

O papá ia com ele à piscina em Macau e, na Tailândia, ficávamos pela piscina e uns passeios pela “marginal”. Uma tentativa de ir à praia e dele ficar nas cadeiras que se alugam, bem longe do mar resultou apenas em muito choro, uma tentativa de suborno minha em que me oferecia para lhe comprar uns brinquedos para ele ficar na praia, mas que também não resultou. Desisti de vez!

Entretanto, o medo da relva passou mais cedo que o medo da areia.
Aos poucos começou a pisar a relva em casa do meu pai, muito a medo.
Depois de cair na relva, que não tinha sido acabada de cortar, e verificar que não picava as idas ao jardim passaram a ser muito mais animadas e ele tinha mais espaço por onde correr.

Foi também a brincar no jardim que, aos poucos, começou a perder o medo da areia.
Começou a andar na areia, algo que durante muitos anos foi missão impossível e a brincar com a areia, embora ele ficasse em “sítio seguro”, em cima do betão a brincar na areia com as pás e baldes da praia.
De cima do betão passou para a areia, mas nunca gostou muito de se sujar e passava o tempo a pedir para limpar as mãos. Não o consegui convencer a ir à praia, afinal a areia agarra-se aos pés...

No passado domingo, um dia espectacular em Macau com 30 º C de temperatura ele pediu para ir brincar no jardim, com a areia e levou baldes e pás da praia.
No jardim ficava frustrado porque a areia demasiado seca não dava para fazer as formas que ele imaginou na cabeça dele. O papá sugeriu ir à praia, do outro lado da rua, mesmo em frente ao jardim e ele inicialmente recusou.
Continuou a brincar e a mana sempre à volta dele, a imitá-lo.
Mais uma forma que não se aguentou e mais uma sugestão de ir à praia ele aceitou e lá fomos.
Ficámos longe, o mais longe possível do mar e ele esteve a brincar na areia. Foi a primeira vez, desde que nasceu, que foi à praia e ficou lá.
O papá ajudou à brincadeira indo buscar água para ele conseguir fazer os buracos e os bonecos que queria.
A mana também quis água e também escavou a areia sem qualquer medo e ainda foi atrás do papá em direcção à água para lhe pedir água também para ela.
Ficámos uma hora na praia, eles a brincar e eu a tirar fotos, afinal pode-se considerar que, finalmente, o medo da areia foi vencido!

O medo do barulho das ondas continua, mas esse demorará mais algum tempo a passar.
Sem pressas e sem pressão chegamos lá!

Parabéns boneco por mais este passo.
Amo-te muito!

Wednesday, April 18, 2007

INDEPENDÊNCIA

Ao longo da vida damos muitos passos que nos vão tornando independentes.
Há muitas ligações que vão sendo cortadas, que nos deixam voar, primeiro muito baixinho e, aos poucos, cada vez mais alto.

Depois de observar o boneco a andar de bicicleta há um mês que o ando a convencer (e ao papá) que pode andar sem as rodas laterais de apoio. Nem um nem outro acreditavam muito em mim.
No domingo de manhã, ao sair para o jardim, convenci o boneco a aceitar que o papá tirasse as rodas de apoio e a seguir convenci o papá a tirá-las e a levar a chave e as rodas se se verificasse que o boneco precisava mesmo delas....

À saída para o jardim o boneco começou a ficar aflito porque não se equilibrava na bicicleta sem rodas e teve de levar a bicicleta pela mão até ao carro.
Chegados ao jardim, o papá segurou-o e ele lá se ia equilibrando muito a medo.
O papá foi largando aos poucos, ficando sempre por perto para amparar uma eventual queda que não chegou a acontecer.
Aliás, só houve uma queda e essa teria acontecido com ou sem rodas de apoio e deveu-se a uma distracção do boneco que acabou por enfiar a roda da frente da bicicleta numa caleira (eu diria uma pequena vala) e se estatelou no chão com direito a uma arranhadela no joelho.

Ao fim de uns minutos com o papá a ampará-lo, já ele pedalava todo orgulhoso de si mesmo por não ter rodas de apoio e o papá pode relaxar um pouco e deixar de correr atrás dele. Ficámos umas 2 horas no jardim, com ele sempre a andar às voltas de bicicleta e com a mana que queria ir atrás dele e parecia uma barata tonta porque no triciclo ela ainda não pedala, é preciso eu empurrá-la e depois a pé, quando ela dava 3 passos para a esquerda já o mano tinha dado uma grande volta e aparecia da direita.

O meu menino ficou todo orgulhoso do seu feito e à tarde, enquanto a mana dormia a sesta, o papá teve de voltar a ir com ele novamente ao jardim para ele andar de bicicleta sem rodas de apoio!

Como cresce o meu menino!


E a minha menina hoje tem 1 ano, 11 meses e 1 dia! Tantos 1!!!

Tuesday, April 17, 2007

Monday, April 16, 2007

EM CONSTRUÇÃO

Página em construção, voltamos dentro de momentos. Pedimos desculpa pelo incómodo...
Bem, no caso deveria ser Macau em construção, numa expansão descontrolada e desmesurada, diria mesmo, de doidos, onde os casinos nascem por todo o lado, como se fossem ervas daninhas que ninguém consegue arrancar e que passam por cima de tudo e de todos.

Tenho a sensação que a cada dia surge um novo casino numa qualquer esquina e até os casinos antigos foram aperaltados para parecerem novos e transformam-se prédios inteiros através de pinturas e luzes de neon.

Já nem reclamo do barulho que as obras fazem porque esse (barulho), incómodo ou não, suportável ou insuportável, acaba por não nos afectar tanto a vida (embora às vezes nem sequer consiga ouvir o que estou a pensar e falar com outra pessoa exija caneta e papel porque nem aos berros conseguimos superar o volume da maquinaria, bate-estacas, berbequins, plainas, e afins).

Agora quando as obras afectam o trânsito e este afecta a vida de cada um (ou no caso, a minha vida, que os nossos problemas são nossos e por isso sempre piores que os dos outros!) aí eu fico uma fera, aliás, uma fera encurralada que não tem sequer hipótese de andar às voltas porque não há espaço.

Macau deve ser o único lugar no mundo onde, para se fazer umas pequenas obras, se fecha quase completamente a rua (quando não se fecha mesmo!) sem se importar se isso afecta ou não a população. E, apesar de ser o sítio onde eu acredito que o ritmo de construção seja dos mais rápidos do mundo, em termos de estradas isso diminui drasticamente (e aqui ocorre-me perguntar, será por ser o governo?).

Numa obra de embelezamento (acho eu porque ainda não percebi o que estão a fazer!) no centro da rotunda conjugadas com a colocação de cabos de electricidade na circular exterior da rotunda transformam 3 faixas, numa, uma com todas as complicações no trânsito que se adivinham e mais algumas e se acrescentarmos um acidente (hoje não tinha...) então temos a cereja no topo do bolo!

Esta rotunda faz parte da minha rotina diária, e não tenho modo de “escapar” dado ser a única saída da escola do boneco, saída para uma estrada de 3 faixas, mais a faixa interna de saída, o que faz com que possamos contar 4 faixas mas que devido às obras de colocação de cabos eléctricos transformam-se numa, sim numa faixa de rodagem!!!

Resumindo, para percorrer uns míseros metros demorei mais de 10 minutos, perdida entre os muitos camiões das obras que têm de passar primeiro e, porque eles até são um bocadinho mais fortes (só um bocadinho...), passam mesmo.

A história volta a repetir-se noutro local da cidade onde a entrada e saída de camiões da obra, obra que já transformou uma circular exterior com duas faixas de rodagem teoricamente rápidas e para descongestionar o trânsito do centro da cidade numa faixa um pouco mal sinalizada, se faz sem a presença (eu presumo que devia ser obrigatória, se é que não o é mesmo) da polícia, o que além de provocar mais problemas de trânsito é bastante perigoso e as consequências mais uma vez seriam para os pequenos automóveis pois os camiões não devem sofrer muito num embate destes.

E eu que queria escrever tanta coisa aqui hoje, mas mais de meia hora no trânsito, que transformou um percurso de meia hora em mais de uma hora (sei que estou muito mal habituada, mas por onde ando não costuma haver trânsito nenhum!) deixou-me de tal modo irritada e fez-me chegar atrasada quase 15 minutos e a parte pior é saber que a situação se volta a repetir amanhã e depois sexta-feira fico no trabalho a compensar tanto atraso!!!

Friday, April 13, 2007

Mudança

A mudança tem estado a ser planeada e hoje finalmente decidi-me.

A quem nos segue peço desculpa pelo incómodo.

Bom fim de semana!

Thursday, April 12, 2007

TUDO BEM


Está tudo bem...

O boneco foi à escola, está quase a 100 %, só falta um bocadinho de energia

A mana dormiu um pouco melhor, só um pouco mesmo, mas anda com a ansiedade da separação no ponto máximo e chama "mámy" mesmo a dormir e tenho de lhe responder senão chora.

A mamã está cansada e com falta de paciência para o trabalho, os colegas, sei lá... acontece a todos. Amanhã é sexta e já deve ter passado que o fim de semana faz milagres.
Deve ser o acumular da tensão que agora relaxou e deixou-me sem energias...

Wednesday, April 11, 2007

SEPARADOS

Eu e o papá
Os culpados: os filhos!
Mas não se assustem, isto porque com os dois doentes temos mesmo que nos dividir.
O papá tem ficado a dormir no sofá cama que está no quarto do boneco (e que vai dar lugar à cama para a amorinha...) e eu tenho continuado no nosso quarto onde a amorinha ainda está (e de onde só vai sair quando casar eh eh eh – brincadeira, vai mudar no Verão, depois das férias em Portugal).

O boneco inicialmente não aceitou muito bem esta troca, porque costumava ser eu a ficar com ele e porque é muito “menino da mamã”
Ainda tentei ficar com ele e o papá ficar com a mana, mas parece que ela sabia o que se estava a passar e mal eu me deitava no quarto do boneco ela chorava e chamava “mámy!”.
Ia até lá, acalmava-a, deitava-a e esperava que adormecesse para que tudo se voltasse a repetir.
Ao fim de umas 3 ou 4 repetições expliquei ao boneco que eu tinha de ficar com a mana senão ninguém dormia naquela casa e ele lá aceitou embora tenha refilado que o papá ficava com a mana, que ele estava doente, que queria que ficasse eu, mas depois de lhe explicar e explicar e voltar a explicar lá aceitou.

E desde aí que eu e o papá nos separamos quando eles estão doentes.
E o papá lá dorme (?) no sofá cama, que por acaso é bastante desconfortável e eu durmo (?) na nossa cama. Se ele não dorme por causa do desconforto e de verificar se a febre sobe ou se o boneco está bem, eu não durmo (se não for porque a amorinha não deixa) porque estou preocupada se o boneco tem febre e tenho o intercomunicador ligado para estar sempre alerta se é preciso alguma coisa.

Hoje estou a trabalhar, o boneco está em casa (desta vez fui eu que pedi ao médico só 2 dias de atestado porque só tenho 15 dias por ano para os dois e não quero gastar muitos logo no início do ano e em Abril já tenho 4 dias do boneco, restam 11), ainda teve febre de noite, mas não voltou mais (e espero que não volte mesmo).

Já a amorinha teve uma noite em que não dormiu uma hora seguida, sempre a chorar “dô-dôi”, “cão - ôu” (calor) e “denti”. A ajudar está com diarreia e com muito, muito ranho. E eu a fazer figas que não seja ela a ficar mais doente.

Obrigada pelos miminhos deixados.

Tuesday, April 10, 2007

DOENTE


É tão engraçado?

Estar a olhar para o lado

Estar preocupada com um

Dar-lhe mais atenção

E, de repente, pum!

Parece que rebentou um balão

E é o outro que não está bem

Que fica doente

Tem febre, está quente

E eu não sei o que tem

Da escola telefonaram

A febre alta e o sono atacaram

E corremos para o ir buscar

Surpresos com o que se está a passar

Levei-o ao hospital

E até nem correu mal

Mais de uma hora de espera

Em que ele desespera

Um médico preocupado

Que o examina com cuidado

Medicamentos para tomar

E em casa descansar

À tarde melhorou

A febre não regressou

Os vómitos também não

E até comeu uma refeição

Hora de dormir

E tudo recomeçou

A febre a subir

E o vómito também voltou

E ao meu coração

Voltou a preocupação

Um boneco a gemer

Uma amorinha a chorar

Ambos sem comer

E eu a desesperar...

Monday, April 09, 2007

DA PÁSCOA


Não sei porquê, mas o meu boneco andava a pedir para ir jantar for a há algum tempo.
Costumamos almoçar fora em alguns fins de semana, principalmente ao domingo, mas ele queria ir “comer lá fora à noite”

Promessa feita, na quinta feira fomos jantar fora, não onde tinha planeado que estava tudo cheio, mas num restaurante italiano para comer massa (tortelini com molho de cogumelos) e arroz de cogumelos (risoto al funghi) com saltimboca, os preferidos do bonec, afinal a saída deveu-se a ele.

A mana esteve todo o dia muito “chocha” e só saímos mesmo para ir jantar. Tinha recusado o almoço e recusou uma bela sopa de abóbora que o mano e o papá comeram.
Durante o jantar achei-a um pouco quente. O papá achou que era impressão minha. Brincou e esteve bem disposta o tempo todo...

Em casa verifiquei que realmente tinha febre, 37.8 e estava rabugenta, sempre de dedo enfiado na boca. Antes de a deitar já estava com 38 e decidi que um Benuron ia acalmar a febre e as dores. Mesmo assim a noite não foi boa e fartou-se de choramingar...
Sexta-feira de manhã não tinha febre e ainda fomos ao jardim e ela estava bem disposta. Ficou a brincar com o papá e o mano enquanto fui ao supermercado e quando voltei de saco na mão fui recebida com imensa alegria e foi-me buscar pela mão para me levar para junto de um brinquedo que balouça (e que eu não sei o nome...). Voltou a não comer todo o dia e à noite voltou a febre e o choro.

Sábado em casa sempre rabugenta, sem comer e com um pouco de febre que subia à noite... O mano foi passear com o papá e foi ao MacDonald (uma festa, que aqui a mamã não costuma deixar comer “porcarias” e ele antes nem gostava!!!). A febre deu um pouco de tréguas e a noite melhorou um pouco. De tanto lhe perguntar se era o dente ela começou a queixar-se do “denti” quando tinha mais dores. Não me deixava ver...

Domingo ela dormiu até às 10:30 pela primeira vez na vida dela, provavelmente e depois de acordar umas 1,320 vezes de noite... O mano acordou perto das nove, o que também não foi mau. Apesar de não comer muito já petiscou um pouco da massa chinesa do almoço e umas batatas fritas de pacote, o que para mim foi uma festa e nem quero saber se eram “porcarias” ou não...

Acordou tão tarde que dormir a sesta foi mesmo para esquecer e como estava tão bem disposta fomos ao jardim e andámos a jogar à bola (ela adora!). Ainda passeámos um pouco num outro jardim à beira mar (rio? das Pérolas, estuário...), mas notava-se que ela estava cansada e a acusar a falta da sesta. De regresso a casa, o banho e umas colherinhas de canja, mais o “molho” que a massa mas já me dei por satisfeita.


A febre não marcou presença e eu consegui ver o “maldito” dente finalmente enquanto ela se ria de umas palhaçadas que eu fazia (vale tudo para ver o dente!). É o segundo molar inferior esquerdo e ainda está menos de metade de fora.

A noite foi simplesmente horrível com ela a dormir bem umas 3 horas (a sesta que não tinha dormido...) e depois a acordar e a chorar a gritar “denti”, só voltando a adormecer lá para as 4 da manhã.

Claro que para acordar para ir para a creche foi complicado e nós também adormecemos e o meu boneco chegou atrasado à escola...

E, só para chatear o tempo frio e nublado dos feriados foi embora e hoje amanheceu com um lindo sol!!!

Wednesday, April 04, 2007

Boa Páscoa!

Amanhã é feriado de Cheng Ming, depois é feriado de Sexta-feira santa e depois é fim de semana!
Boa Páscoa!



Feriado chinês: Cheng Ming ou dia de finados, que tem sempre lugar no 106° dia após o solstício de Inverno.

É um dia em que toda a família se desloca junto das campas dos seus antepassados, limpando-as, pondo-lhes flores novas e três taças de vinho em frente.

Queimam-se pivetes de incenso e objectos variados feitos em papel, na crença de que os antepassados os receberão no além; objectos tão variados como, carros, dinheiro, jogos de mahjong e até telemóveis são consumidos pelas chamas.

As famílias oferecem também de uma forma simbólica pratos de leitão assado e de frutas aos antepassados.

O dia acaba tradicionalmente com uma refeição íntima em família.


Resumindo, é como o nosso dia de finados.

Tuesday, April 03, 2007

DO FIM DE SEMANA

Que começou na sexta feira com um jantar em casa de amigos que moram próximo mas que neste pequeno grande Macau nunca encontramos...
Eu, o boneco e a amorinha fomos a pé (era mesmo perto) com o boneco a dizer que queria ficar em casa...
Fomos e ele aprendeu a voar mais um bocadinho...


Ao chegar as bebidas oferecidas e o boneco queria sumo que não havia.
Supermercado no rés do chão, era só descer.
Boneco muito calado, o “homem da casa” a convidá-lo para ir com ele ao supermercado escolher o sumo, ele agarrado “às minhas saias”, a minha insistência para que fosse, a relutância dele, o olhar aflito nos olhos.
Expliquei que o supermercado era só descer no elevador, sair do prédio e entrar na porta ao lado, no supermercado, muito perto. A mamã e a mana ficavam ali à espera dele e o nosso amigo não o levava a mais lado nenhum, era só para ele escolher o sumo.
Concordou, sem falar e saiu com ele.
Mal a a porta se fecha a campainha toca e pensei que ele tinha desistido. Afinal foi o nosso amigo que se esqueceu da carteira. E lá foram. E eu senti que ele deu um passo importante, mais um para as suas asas ganharem força.

Chegaram do supermercado uns minutos depois, o nosso amigo pôs uma pequena garrafa de chá na mesa de café e o meu boneco aflito queria que ele pusesse também a outra. Não percebemos a aflição dele e tentei por o chá no copo mas ele não queria, só perguntava pela outra garrafa, até que irritado e já quase a chorar diz: “a outra garrafa era para a mana!...” E lá lhe foi entregue a garrafa da mana! Lindo o meu boneco!

Monday, April 02, 2007

CONVERSAS DELE

Hoje de manhã a mana estava pronta e, como sempre, foi a correr para o quarto do mano e eu estava no corredor a ouvi-la:
“Mano, shonho (sono)”
Vou lá e o mano pergunta: “Mamã, hoje estou em holidays?”
“Sim, meu amor” respondo-lhe
“Então, podemos ir a Portugal?” pergunta ele
“Não, fofinho, só vamos no Verão”
“Mas eu queria ir agora!”
“Amor, é muito longe e muito caro e a mama nao tem dinheiro e nem ferias”
“Mas eu queria ir…”continua ele de cara triste “poemos ir à Tailândia?”
“Amor, a mama não tem ferias”
E assim, o deixei em casa de cara triste por não ir de ferias…