Há dúvidas de mãe que assaltam todas as mães.
Há sempre dúvidas sobre se estamos a fazer o melhor e se lhes estamos a dar o melhor exemplo, a melhor educação.
Em Macau essas dúvidas estão muito mais presentes.
Penso que assim é para todas as mães que tentam educar os seus filhos fora do seu país.
A escolha da escola torna-se uma verdadeira “dor de cabeça”. Qual é a melhor? Qual a que ele deveria frequentar? Que línguas aprender...
E a escolha da escola pode influenciar todo o futuro daquela criança que tem 3, 4, 5 anos...
Encontro-me numa encruzilhada sem saber qual o melhor caminho a seguir.
O meu filhote está numa escola internacional, aprende inglês e mandarim. O português fala comigo em casa. Já está a aprender a ler e já lê muita coisa em inglês e vai soletrando as palavras para as escrever (não lê nem escreve mesmo como deve ser porque é preguiçoso, mas com 5 anos também não insisto, ainda é cedo, tempo de brincar...)
No próximo ano começa a primária e a minha “dor de cabeça” sobre o que fazer já começou, pois a minha escolha vai, muito provavelmente, decidir o futuro dele, futuro que como qualquer mãe quero que seja o melhor.
A escola onde ele está é particular e a mais cara de Macau, com as propinas a subirem todos os anos e de acordo com o ano lectivo em que a criança está. Seria suportável para um filho, mas há a mana e dois naquela escola (e eu quero que andem na mesma escola e tenham a mesma educação) não é muito viável. Além de que já me falaram que o currículo da referida escola não é muito bom, o que também me deixou a pensar...
E não aprende português, teria de arranjar aulas particulares para que aprendesse (mais uma despesa extra...)
Eu queria, porque é o meu país e porque temos família lá e casa em quase todos os pontos do país onde ele poderia ficar, que ele fosse para a Universidade em Portugal. Para tal, penso que o ensino em português seria o que ele deveria seguir. Ao mesmo tempo há quem me fale que a escola portuguesa não é como as escolas inglesas e que está mais desorganizada, os miúdos são um pouco rudes uns com os outros, os miúdos mais sossegados (o meu talvez se insira nesta “categoria”) têm problemas de adaptação e não há quem os vigie nos intervalos e verifique se vão às aulas (e a filha de 6 anos duma amiga faltou a uma aula...). Depois há a questão do ensino em si. Sei que os professores são bons e há um professor para cada disciplina, mas eu queria que o meu filho (e a minha filha) aprendessem chinês – mandarim, que o cantonense falam em casa e escreve-se da mesma maneira - mas o nível de mandarim do meu filho é muito superior aquilo que a escola portuguesa ensina. Aliás, o mandarim da escola portuguesa, pelos poucos conhecimentos que tenho, parece-me demasiado fraco para quem quer ficar em Macau.
A vantagem desta escola é que, embora sendo particular, está na rede e é subsidiada pelo governo sendo as propinas muito acessíveis. Nesta escola aprenderia português e inglês e teria de lhe arranjar aulas particulares de mandarim para um nível mais avançado.
Há ainda a possibilidade de uma outra escola inglesa onde a primária é subsidiada e ele faria a primária em inglês e depois decidia se continuava lá, já a pagar propinas, mas mais baratas que na escola onde ele está ou se mudaria para a escola portuguesa... Isto se ele entrasse nesta outra escola em inglês e eu nem sei se quero que entre...
Dúvidas, muitas dúvidas... para quem quer que o filho tenha o melhor de “todos os mundos” e aprenda inglês, mandarim e português. E, se o mandarim da escola portuguesa fosse bom eu teria o meu problema quase, quase resolvido.
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7 years ago