Não me assusta a
morte.
Obviamente, não
gostava de morrer cedo, acho que ninguém gosta.
Mas assusta-me o
sofrimento, assusta-me pensar que posso sofrer e fazer sofrer os que me são
mais queridos.
Assusta-me pensar
que, de repente posso morrer, pois para morrer basta estar vivo, já o dizia a
minha avó.
Assusta-me que a
minha filha e o meu filho fiquem sem mãe. Sei que o pai tomaria conta deles e
que nada lhes faltaria, mas sei que o pai não tem tanta paciência e que sou eu
que costumo acalmar os ânimos entre pai e filhos.
Já falei muito
com a amorinha e ela já está mais acostumada com a ideia que um dia vou morrer
e já me disse que vai falar sempre comigo, mesmo sabendo que eu não lhe respondo,
mas sabe que a oiço. E vai abraçar-se a ela mesma para sentir o meu abraço. E
sabe que a amarei para todo o sempre.
É uma querida e
eu gostava de estar presente na vida dela durante muito tempo para a acarinhar
e encaminhar.
Sei que se dará
bem com o pai pois ela é mais cooperante e ouve as coisas e aceita-as bem.
O meu boneco não
fala muito no assunto, é menos preocupado com essas coisas, mas também sabe que
o amarei sempre.
Também gostava de
estar presente na vida dele e sei que ele precisa muito de mim pois o pai não
tem paciência para ele pois ele refila muito e acha que sabe tudo e que tem
razão e é preciso muita calma para falar com ele e para ele ver que muitas
vezes nos enganamos e é preciso aprender e, mesmo errando também se aprende,
mas é preciso admitir que estamos errados e, quando é caso disso, pedir
desculpa. Mas ele fala pouco e guarda tudo para ele e é preciso arrancar-lhe as
coisas a saca rolhas e mesmo assim só saem a conta gotas. E eu sei que o pai
não tem paciência nenhuma. E o meu menino que chora facilmente e que precisa
que eu lá falar com ele para perceber o que se passa ia sofrer muito se ficasse
sem mim.
Mas, a vida é
bela e eu espero estar por cá muito tempo.
E está tudo bem,
isto são apenas pensamentos meus que quero registar…
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