(Post para mim!)
Há dois anos, o meu boneco completava 3 anos e deixava a creche.
Assisti a várias apresentações de várias escolas, o “Open Day”, o dia em que a escola tenta atrair os pais a colocarem os seus filhos nessa escola, apresentando cada uma o que de melhor tem.
Há escolas bastante caras e têm de justificar o preço por terem bons professores ou por estarem a investir no melhoramento das instalações para que os alunos tenham melhores condições de estudo, ou... , ou...
A minha escolha recaiu sobre escolas inglesas, porque queria que ele aprendesse inglês e chinês, enquanto que o português aprendia em casa.
Não discuto se essa é ou não a melhor escolha mas para os seus 3 a 6 anos assim estava decidido e assim continua decidido.
Visitei a “School of the Nations” do Canadian College e não gostei muito das instalações nem da “pouca vontade” de nos “vender” a escola. Mandaram-nos entrar e visitar as instalações à nossa vontade e para perguntar algumas dúvidas foi preciso andar à procura de quem as esclarecesse.
Estive presente na sessão de apresentação da escola que tinha escolhido e que há muito planeava que ele fosse para lá, a “Sheung Kong Hui”. As instalações são boas, a educação em português e mandarim, alguns professores estrangeiros, equipamentos para miúdos pequenos, cantina, opção de ficarem mais tempo na escola se não o conseguisse ir buscar a horas, autocarro para o levar para casa, e outras coisas do género, todas positivas.
E o facto de no ano seguinte passar a ser subsidiada pelo governo e ser, por isso, mais acessível, contribuiu para que muitas pessoas estivessem presentes.
Também estive presente na apresentação da TIS, a funcionar num edifício emprestado da Universidade de Ciência e Tecnologia e a prometer melhores instalações, construídas de raiz para dois anos depois, com professores todos estrangeiros, mas a meu ver um pouco velhos, também com autocarro para os levar a casa, mas com o inconveniente de no primeiro ano (K1) as crianças apenas ficarem umas 3 horas na escola.
Fiquei-me por aqui e preenchi a inscrição para a selecção na Sheung Kong Hui.
No dia de selecção, os miúdos ficavam uns 10 numa sala com um dos pais e andavam por lá as professoras a tomar notas.
Tive a sensação de que os miúdos já estavam escolhidos e que as notas eram a indicação dos miúdos que deviam ser “melhor observados”. Nunca o confirmei, mas disseram-me depois que ali só se entra com o factor C, que eu não tinha e nem tinha pensado fazer falta.
Ao boneco perguntaram o nome e se ele falava chinês, mas envergonhado como é nunca abriu a boca “Entrou mudo e saiu calado”.
Resultado: não foi seleccionado.
Aqui tive de voltar a pensar para onde poderia ir e tinha duas escolhas:
O infantário português “D. José”, mas onde há demasiados feriados, os de Macau e os de Portugal em que eu trabalho e depois ele tinha de ficar em casa, além de me parecer que iria aprender pouco para o que ele me solicitava já na altura. Nunca confirmei esta parte até porque este infantário não tem um “Open day” e eu também não estava muito interessada.
A escola inglesa St. Anthonys que tinha (e tem) umas péssimas instalações, num primeiro andar de um edifício quase sem luz natural, bastante central e que fica a 5 minutos do meu trabalho. Para compensar a falta de ar livre os miúdos saiam todas as terças feiras, menos quando estava a chover ou frio, o que aconteceu a maioria das vezes. Tinha cantina e saíam, o mais tardar, até às 17:30. Foi a solução de recurso.
Quanto à Sheung Kong Hui ainda liguei para lá várias vezes para tentar falar com o director, para ver até que ponto era possível ele entrar ou ficar em lista de espera ou algo do género, mas o director estava sempre ocupado, ou não estava e ficavam de telefonar depois. Claro que nunca ninguém respondeu.
O ano lectivo passou, sempre com o boneco triste por não ter entrado para a outra escolinha e a promessa de o mudar de escola.
Nova tentativa da Sheung Kong Hui, desta vez com um pouco de factor C, mas era necessário que ele voltasse a repetir o K1, algo que recusei imediatamente, embora conheça quem tenha aceite.
A escolha acabou por recair sobre outra escola onde ele está feliz e onde vai continuar.
E, porque estou a escrever isto?
Porque hoje recebi um telefonema muito simpático da Sheung Kong Hui para levar o boneco na próxima quinta feira a uma entrevista com o director!
Fiquei inicialmente assustada porque apenas perguntou se eu era a mãe dele e que estava a falar da escola. Pensei logo que estava doente!
Depois o nome da escola não era a dele e quando ela disse o assunto fiquei mesmo baralhada.
Lá lhe expliquei que este ano não tinha inscrito o boneco e ela ficou silenciosa do outro lado da linha por uns segundos até que perguntou se ainda estava interessada em que o boneco fosse estudar para lá ao que eu tive o prazer de responder com um “redondo” NÃO!