Aviso já que este post é um bocadinho grande...
Ao ler
esta menina e
as suas razões de ter um blog fiquei a pensar nas minhas razões para ter um blog.
Quando comecei nestas andanças não fazia ideia do que era um blog.
Já me tinham falado do assunto mas nunca tinha lido nenhum.
Estava grávida pela segunda vez e fiz uma pesquisa no
Google à procura de algo relacionado com bebé.
Lembro-me que a palavra bebé constava das palavras chaves do que queria procurar e um dos resultados foi este blog:
Para ti, bebé.
Comecei a acompanhar esta menina e a sua gravidez, adorava ler o que ela escrevia e o modo como descrevia a gravidez e os seus sentimentos.
Decidi criar um blog para registar a evolução da minha gravidez.
Pensei que seria um bom modo de partilhar o que ia acontecendo com os amigos e a família que estava em Portugal e que me cobravam emails e notícias.
Escrevia para mim ao ritmo de um post por dia.
Não comentava ninguém. Não sabia o que “dizer”.
Fui começando a ler outros blogs, sempre na sombra, no anonimato.
Não comentava nem tinha comentários.
Não me preocupava.
Os amigos que me liam enviavam-me email.
Isso chegava-me, escrevia para mim e para eles, de certo modo.
Quando a minha filha nasceu recebi os meus primeiros comentários.
Dois ou três, não me lembro e não me apetece ir ver.
Fiquei muito surpreendida, não sabia que alguém me lia.
Fiquei igualmente intrigada.
Que interesse tinham na minha vida?
Fui atrás do link e agradeci a “visita” pois era o que tinha visto noutros blogs.
Essas pessoas voltaram mais vezes. Eu retribuía.
Aos poucos, quando as coisas me interessavam comecei a “distribuir” comentários.
Lembro-me de uma vez estar a ler esta menina (Sara MM), era a primeira vez que lá ia e ela “mandava a boca” de que mesmo quem ia lá só cuscar podia dizer que lá tinha passado. Assim o fiz. Comecei a fazê-lo noutros cantinhos, como gostam de chamar ao blog.
Fui tendo cada vez mais comentários, mais visitas, a lista de links foi aumentando.
Comecei a ficar viciada. Queria mais comentários, gostava de os ler.
Tive a sorte de nunca ter tido comentários maldosos ou menos bons.
Ficava um pouco chateada porque eu visitava regularmente determinados blogs que nunca se dignaram vir ao meu, ou se o fizeram nunca comentaram.
Continuo a fazê-lo, mas já não estou à espera de retribuição.
Depois a febre de mais comentários passou-me.
Comecei a comentar menos embora comente por vezes blogs novos de que goste.
Não espero retribuição. Às vezes, quando retribuem já nem me lembrava de lá ter passado. Li, gostei e comentei.
Se inicialmente não ligava, depois veio a febre dos comentários e depois a tentativa de retribuir a todos os que me comentavam. Chegou a uma altura que desisti de retribuir. Gosto de visitar os blogs ao meu ritmo e ultimamente esse ritmo é um bocadinho lento.
O meu tempo livre é para os meus filhos, eles são o mais importante da minha vida.
Não gosto que me cobrem, que me digam que ando desaparecida dos seus blogs.
Posso ficar muito tempo sem visitar um blog e sem o comentar, mas quando lá volto leio todos os posts em atraso.
Às vezes leio e não me ocorre dizer nada e não comento...
Outras vezes comento vários posts.
Depende do tempo, da disposição e do interesse (ou não) que o post me desperta e se tenho algo útil a acrescentar-lhe.
Encontrei neste mundo pessoas com as quais me identifico, umas porque os filhos têm uma idade próxima dos meus, outras porque o seu modo de escrever me cativa, porque me parecem sinceras, porque pensam como eu.
Alguns destes amigos virtuais saltaram do mundo virtual para o real, a primeira aqui em Macau, território tão pequeno, mas que foi preciso o mundo virtual para nos juntar.
Em Julho deste ano, nas férias em Portugal conheci mais amigas virtuais.
Algumas pessoas correspondem à imagem que tinha delas, outras nem por isso e outras há que não tinha feito qualquer imagem de como seriam.
Gostei de as conhecer a todas, sem excepção e tive pena das que não conheci conhecer, algumas das quais ainda falámos ao telemóvel ou trocámos emails.
Todas vocês sabem quem são.
Destes encontros quero acreditar que me ficaram amizades, claro que umas mais que outras pois como é natural criamos mais empatia com umas do que com outras.
Ainda há algumas que gostaria muito de conhecer, principalmente aquelas que me acompanham desde o início e outras que eu também acompanho há muito tempo mas se não se proporcionar paciência. A febre inicial dos encontros passou-me.
No meu blog partilho algumas fotos dos meus filhos, fotos em que não se vê muito bem a cara deles, mas em que dá uma ideia de como eles estão ou não crescidos.
Não o faço de ânimo leve. Tenho uma ideia do perigo que é por uma foto na net, em qualquer lado e preocupo-me em escolher as fotos que coloco na net.
Porque continuo a publicar fotos deles? Porque a família e os amigos lá em Portugal gostam de os ver e as fotos servem para que matem saudades de quem só vêem uma vez por ano. Talvez se a família estivesse mais perto não o fizesse, não sei...
Se vou continuar a fazê-lo, claro que sim até que aconteça algo que me faça mudar de ideias.
Tenho visto acabar alguns blogs de que gostava, outros mudaram-se ou têm password e continuam a dar-me o privilégio de os visitar, o que eu agradeço pois confiam em mim apesar de apenas nos conhecermos virtualmente. Já me habituei a acompanhar a evolução dos seus filhos e até chego a ter saudades de ler determinada pessoa.
Gosto de escrever.
Não sou da área de letras e sempre achei e continuo a achar que não sou muito boa a escrever, mas escrevo para mim e ninguém é obrigado a ler, muito menos a comentar.
Para mim e quem sabe um dia os meus filhos vão ler isto? Ou, provavelmente vão achar que são só lamechices e não lhe dar qualquer valor, mas isso não me interessa.
Sinto-me bem a por os meus sentimentos no “papel”. Há dias em que escrevo com muita facilidade, outros em que não me apetece fazê-lo.
Continuo a publicar um ou mais posts por dia. Guardo algumas coisas que escrevo nos dias em que estou mais inspirada para publicar nos dias de menor inspiração.
Ultimamente tenho andado um pouco cansada, talvez até desinspirada.
O gosto de escrever mantêm-se e sei que vou continuar a escrever para mim, porque me faz bem, me alivia o stress. Porque gosto de registar as evoluções deles, para mais tarde recordar. Há muita coisa que escrevo e não publico, fica apenas gravado no word.
Já pensei acabar com o blog ou dar acesso apenas a algumas pessoas, mas acho que não o farei. Tal como eu gosto de visitar determinadas pessoas, determinados blogs quero acreditar que há outras que gostam de me visitar. E o meu blog continua a ser o modo mais rápido de comunicar com a família e amigos em Portugal.
Já pensei retirar a hipótese de me comentarem para não me sentir na obrigação de retribuir, mas afinal essa obrigação está na minha cabeça.
Agora vou lendo, às vezes comento outras não. Aproveitando melhor o meu tempo, dedicando-me mais ainda aos meus filhos, o meu maior tesouro!